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sexta-feira, 27 de maio de 2011

E continua a greve nas universidades da Bahia


Por ADUSC

Os professores na UESC nesta quinta- feira 26/05,
 no momento em que decidiam pela manutenção da greve. 
O governo Wagner não demonstrou disposição de flexibilização em relação à proposta dos professores de excluir as universidades do campo dos atingidos do decreto 12.583. E ainda, reformulou a redação da cláusula apresentada pelo Movimento Docente na última segunda-feira (23/05). Diante desse cenário, os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, em assembleia realizada hoje (26/05), não cederam às ameaças do governo, rejeitando a cláusula reeditada e decidiram permanecer em greve até que suas reivindicações sejam atendidas.
A assembleia da ADUSC deliberou que seja encaminhada a proposta de flexibilização da vigência do acordo salarial para dois anos. Em seguida, aprovou algumas atividades para fortalecimento do movimento. Amanhã (27/05) fazer um “twittaço” a partir das 17 horas e acontecerá uma nova reunião com o governo em Salvador. Na segunda (30/05), Ato Público em frente à UESC. No dia 31/05, outro Ato Público na Assembleia Legislativa e reunião do fórum das 12 entidades. E na quarta-feira (01/06), reunião do fórum das 12 entidades com o fórum dos reitores e Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Itabuna, com a presença do DCE e da presidente da Comissão de Educação, deputada Kelly Magalhães.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um comunicado urgentíssimo

Para fazer parte de um momento histórico!
Ufa!!! Consegui ter acesso ao blog exatamente agora, e vou logo ao assunto.
O maior encontro de estudantes de Ciências Sociais do Nordeste em 2012, o ERECS, vai acontecer aqui debaixo dos nossos narizes, mais precisamente no campus da UESC e sabe quem é  responsável para organizá-lo? O nosso curso. Todos os estudantes de Ciências Sociais da UESC, estão sendo convocados para estarem presentes nas reuniões que tratarão de assuntos como; temas, palestrantes, programação, logística, coordenações e muito mais. Vai ser o maior evento desse tipo já realizado em toda história da nossa região, da nossa universidade e nenhum de nós pode ficar de fora.
Aqui receberemos colegas de todo o Brasil, das várias universidades espalhadas pelo país à fora, e provavelmente de países sulamericanos, interessados em saber o que vai acontecer, a expectativa já é muito grande.
Em meados do mês de julho, um grupo representativo do nosso curso estará se deslocando até Minas Gerais, onde acontecerá o ENECS, o Encontro Nacional de Cientistas Sociais. O nosso grupo precisará apresentar uma proposta de como será feita a programação e qual o tema escolhido, portanto o tempo urge! Pensando nisso, o Centro Acadêmico do curso fez uma reunião nesta última quarta-feira e decidiu realizar uma renião neste sábado dia 28/05 às 9h. É a primeira reunião já visando a realização do evento, mas principalmente tratando da organização do programa e da montagem das equipes que estarão diretamente envolvidas no processo. Contamos inpreterivelmente com a sua presença caro estudante! Vamos mostrar ao Nordeste e ao mundo o que é que os baianos têm. Serão momentos inesquecíveis e que ficarão para sempre em nossa memória, e mais do que isso, marcaremos definitivamente a história desse curso tão importante em nossa universidade.

Preparem-se, vai acontecer uma festa!

Contamos com vocês, mais do que nunca!

Abraço a todos!

Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação
do Centro Acadêmico de Ciências Sociais.

domingo, 15 de maio de 2011

Homofobia e Cidadania

"No Brasil, os homossexuais ainda são vulneráveis
 às diversas formas de violência". - Fábio Bila
Por Fábio Bila

Hoje é pública a luta dos homossexuais contra as diversas formas de violências e discriminações de que são vítimas. No entanto, diversos homossexuais, ainda, são alvos desses atos que incidem negativamente sobre a sua cidadania. Embora a luta dos homossexuais tenha galgado espaço público desde os anos de 1970 não significou que os mesmos estivessem livres da opressão. Nos Estados Unidos, a mídia juntamente com outras instituições, contribuiu para a associação da AIDS à homossexualidade. Para reforçar esse discurso a medicina afirmou que os homossexuais eram o principal grupo de risco. No entanto, após a luta dos homossexuais esse estigma passou a ser questionado logo após a verificação dos novos grupos de risco existentes e responsáveis pela disseminação da AIDS.
Dessa forma, os avanços obtidos pelos homossexuais, principalmente nos países desenvolvidos, foram fruto da luta por direitos, embora tais direitos ainda sejam constantemente questionados pelos setores conservadores conforme verificamos nos discursos divulgados no pleito das eleições para presidência do Brasil em 2010. No Brasil os homossexuais ainda lutam por seus direitos e são vulneráveis às diversas formas de violência. A aparente liberdade de expressão sexual transmitida pelo carnaval esconde uma faceta ambígua da sociedade brasileira.
O carnaval é uma das expressões populares com maior destaque no Brasil, sendo o símbolo cultural brasileiro mais divulgado no exterior. Essa festa transmite para os turistas a visão de um país onde as relações sexuais e raciais são democráticas. No carnaval os homens se travestem de mulheres e os homossexuais são destaques nos desfiles carnavalescos. A imagem divulgada é a de que não existe pecado ao sul do Equador. No entanto, este mito mascara uma realidade violenta. No Brasil, segundo dados do Grupo Gay da Bahia pra 2002 foram assassinados 126 homossexuais.
Mesmo que homossexuais, travestis e transexuais sejam destaques sociais e admirados nacionalmente tais como: Rogéria e Roberta Close, nenhuma família quer ter um homossexual no seu seio. Qualquer comportamento que fuja ao modelo viril dominante é fortemente tolhido. A admiração da homossexualidade se limita ao outro, jamais a membros da própria família. A homofobia da sociedade brasileira destoa da representação publicizada no carnaval. Por isso, é comum que homossexuais sejam convidados cordialmente a se retirarem de ambientes públicos quando demonstram qualquer comportamento de afeto para com seu companheiro ou um amigo homossexual.
A violência contra homossexuais vem sendo praticada desde o Brasil Colônia. Mesmo hoje, após a luta das minorias sociais por direitos, nas últimas décadas do século XX, eles continuam sendo vitimados. Os vitimizadores pertencem a diferentes segmentos sociais. Alguns policiais se utilizam do seu poder para prender travestis e homossexuais, com o intuito de espancá-los, ou de explorar sua força de trabalho exigindo que façam faxina nas instalações da delegacia como punição a sua sexualidade. Cabe destacar que as instituições estatais não se empenham em elaborar políticas públicas que busquem asseguram e ampliar os direitos das lesbicas, gays, travestis e transexuais – LGBT- que são vítimas de múltiplas formas de violências pelo fato de sua sexualidade ser estigmatizada.
O livro publicado pelo movimento Gay da Bahia em 2002 intitulado Matei Porque Odeio Gay buscou expor aos estudiosos, militantes e a sociedade brasileira as múltiplas formas de violência cometidas contra essas minorias. A partir do final do ano de 1980 o índice de crimes contra lésbicas, homossexuais, travestis e transexuais aumentou em cinquenta por cento (50%), se agravando na década seguinte. Isto se deve a maior visibilidade do movimento homossexual, alia-se a isso, a vinculação entre AIDS e homossexualidade.
Outra forma de violência, praticada em grande escala, são as discriminações, humilhações e violações dos direitos humanos que são realizadas por políticos, pela mídia, pelo Estado, pelas Igrejas, por donos de estabelecimentos comerciais, por sites da intenet dentre outros. Podemos resumir as múltiplas formas de violência e violações dos direitos humanos contra lésbicas, gays, travestis e transexuais expondo dados, coletados pelo Grupo Gay da Bahia referentes ao ano de 2002:116 episódios de violação homofóbica, incluindo 9 casos de agressões e torturas, 8 casos de ameaças e golpes, 42 registros de discriminação em órgãos e por autoridades governamentais e políticos, 8 de discriminação econômica, contra a livre movimentação, privacidade e trabalho, 27 casos de discriminações religiosa, familiar escolar e cientifica, 24 difamações e discriminações na mídia, 12 insultos e casos de preconceito anti-homossexual, 12 manifestações de lesbofobia e 20 travestifobia.
A própria violência simbólica se inscreve na forma como autoridades e personalidades do Brasil se expressam, demonstrando que a intolerância à diversidade sexual e a homofobia estão longe de acabar conforme podemos verificar nos depoimentos homofóbicos dos políticos e personalidades de nosso país, como no exemplo a seguir: A proposta de liberar o estacionamento do Parque do Ibirapuera para local de paquera gay é ridícula. "Se a Prefeita Marta Suplicy quer um lugar para colocar a bicharada, que a coloque em um zoológico!" Disse na ocasião o Deputado Estadual Daniel Martins, PPB/SP. Essa declaração constitui uma forma de zombaria que tem por objetivo ridicularizar o movimento gay. Tal fala é internalizada pelos homossexuais que passam a considerar sua sexualidade ‘anormal’ impedindo que eles se publicassem. Desta forma, brincadeiras e chacotas do cotidiano exercem uma forma de poder que ridicularizam e imobilizam os homossexuais. Para finalizar deixo um desafio: Como é possível falar em cidadania e democracia sexual em um país onde 99% da população possui preconceito contra lésbicas, gays, travestis e transexuais, conforme dados publicados pelo jornal o Globo no dia 08 de fevereiro de 2009.
Em se tratando dos direitos dos homossexuais, alguma mudança significativa ainda está longe de ser alcançada pela sociedade, por conta da sua formação homofóbica e sexista, aliada aos obstáculos enfrentados pelos poucos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. Com isso, a realização da cidadania LGTB vai ficando, cada vez mais, distante do público homossexual, que tem de viver sua identidade na marginalidade.

Fábio Bila é professor de Ciência Política na Universidade Estadual de Santa Cruz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Temos mesmo o que comemorar?

Por Bruno Bilitário



Na madrugada do dia 2 foi morto um dos homens mais procurados pela inteligência militar norte-americana, Osama Bin Laden, e em várias partes do globo efervesceu um sentimento de euforia e, de certa forma, "justiça feita", mas será que temos realmente o que comemorar?

Espero que os que lerem esse blog não tomem minhas palavras como alguma forma de apologia ao terrorismo, na verdade o que estou tentando questionar é quem está de fato promovendo o terror no mundo?

Ou melhor, existe distância entre bandido e herói nessa sangrenta história que se arrasta a quase dez anos?

Pra ser mais claro, será os Estados Unidos da América, com seus bombardeios aéreos e armamentos pesados simboliza os mocinhos dos filmes de cowboy, ou a imagem encarnada do Superman? Pois, se de um lado está o lamentável fato do atentado ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001 e as 3 mil mortes de civis estado-unidenses, de outro lado estão mais de 50 mil mortes de inocentes árabes mortos nesta última década, em nome de uma improvável e falsa democracia, o que nos faz lembrar algo que está acontecendo agora na Líbia.

Nós precisamos de uma promoção de justiça real, e isso implica em respeitar a diversidade e a autonomia de outros países, e não aceitar mais que alguns governos, por interesses particulares, manipulem organizações mundiais e devastem territórios apenas para expandir seus impérios. Afinal, um dia pode ser o nosso Brasil o próximo território a ser anexado de forma violenta.

Bruno Bilitário é estudante de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz e Coordenador de Cultura e Eventos do CACiS.

Caio César e o susto do trabalhador

O nobre colega Caio nos enviou um cordel que fez durante as férias, não essas forçadas pela greve, mas a anterior, aquela depois do último semestre de 2010. Na verdade dizia respeito ao aumento de passagem em Ilhéus, que se pensava naquele tempo em R$2,30, mas com o protesto ativo dos estudantes, o governo municipal voltou atrás, baixando um pou

quiiinho, mas não deixou de aumentar. Segue o interessante texto de Caio, para apreciação.

SUSTO INTENSO AO TRABALHADOR
Por Caio César Gonçalves

Movimento de luta e reconstrução, só poderá ter com muito amor, luta e paixão.

Sair todo dia, sempre iremos reclamar, mas essa é ainda a nossa sina, mas sabemos onde vai dá.

Corre, corre; grita, grita; pára o ônibus que já vai virando a esquina, se bobear tem gente até em cima.

Olham pra nós como se fossemos todos bobos; mas não, queremos chegar em tempo, são, salvo e com uns trocados no bolso.

Pensar em aumentar, com certeza a nossa gente não irá de gostar. Sabemos da peleja que é ir de lá pra cá.

Por isso Senhores, não se confundam, pois seus mandatos, empresas e lucros precisam acabar e diminuir, pois o povo precisa rir, comer, ir e vir.

A carteira da SIT, que podemos dizer que é um Susto Interminável ao Trabalhador. Dois reais vai continuar, 2,30 nunca a de se pagar.

Caio César é estudante de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz e Coordenador de Finanças do CACiS - Centro Acadêmico de Ciências Sociais.

SOBRE PORCOS, HOMENS E A UNIVERSIDADE PÚBLICA NA BAHIA


Por Roque Pinto

Era uma vez uma fazenda em que os animais eram submetidos a um patrão egoísta e brutal. Após um levante, estes animais expulsaram o dono do lugar e instituíram, sob o comando dos porcos Napoleão e Bola de Neve, um regime que se pretendia solidário e igualitário. Com o passar dos anos, Napoleão trama um golpe contra Bola de Neve, expulsa-o da fazenda e instaura uma ditadura tão malévola, corrupta e bestial que alguns animais anelavam pelo tempo em que a Granja Solar era tocada pelo cruel Sr. Jones.
De fato, na obra “A Revolução dos Bichos” (Animal Farm), de George Orwell, não tardou mais do que seis anos para que o porco Napoleão, que já ocupava a casa do Sr. Jones, passasse a beber álcool, deturpar e violar sistematicamente os sete mandamentos do “animalismo”, ocupar a cama e vestir as roupas do seu ex-dono, andar sobre duas patas e, explorando à total exaustão os demais animais, negociar a produção da fazenda com os humanos em benefício próprio.
A tinta de Orwell versa sobre a Revolução Bolchevique de 1917 e sua degeneração na ditadura de Stálin. É uma fábula que, para além de retratar de forma alegórica uma circunstância histórica específica, trata mais abstratamente dos processos de dominação que advêm do poder formal, independentemente da coloração ideológica que o emoldura.

Nesse sentido, a metáfora orwelliana poderia ser transposta e inspirar o entendimento de contextos outros, em tempos e espaços diversos daqueles em que fora originalmente concebida. Um desses cenários, em particular, apresenta similitudes espantosas. Falo do Estado da Bahia, no ano de 2011.
A Bahia, como se sabe, foi governada por quase 30 anos por um grupo político que comandava orgânica e hegemonicamente praticamente todas as instâncias formais da vida civil, servindo-se das mesmas táticas de propaganda, censura, perseguição, privilégios e controle social modeladas no fascismo italiano, e cujo artífice, mentor e chefe supremo foi o temido prefeito biônico, governador e senador Antônio Carlos Magalhães – ou Toninho Malvadeza para os movimentos sociais, sindicatos, jornalistas, políticos de esquerda e toda a ampla gama de gente que padeceu sob os cassetetes dos seus comandados.
ACM viveu ainda para, estupefato, amargar uma derrota acachapante nas urnas, em 2006, com a eleição de Jaques Wagner (PT) para o governo do Estado, sindicalista ligado à indústria petroquímica. A vitória de Wagner deu-se, portanto, pela irrevogável vontade popular de dar cabo ao império carlista e à ingerência dos seus caprichos sobre a coisa pública. E então fez-se a luz, a grande surpresa das eleições gerais de 2006 no Brasil: o novo, o fim de uma era obscura e autoritária: emerge o “governo de todos nós”.
Mas não tardou, para desapontamento dos trabalhadores baianos, que o “governo de todos nós” logo se transformasse no “governo de todos os nós”: o nó da segurança pública, o nó da saúde, o nó da educação… Triste Bahia.
Pobre educação baiana. Neste exato momento todas as quatro universidades estaduais se encontram em greve por tempo indeterminado, num movimento unificado cujos pleitos, comum a todas, são velhos conhecidos de cada um dos governadores que passaram pelo Palácio de Ondina: melhoria das condições trabalho, mais recursos para a educação, respeito aos servidores.
Concretamente, o governo Wagner, a partir de um decreto (12.583) e uma portaria, re-emitidos em fevereiro, de um só tacão promove a inanição financeira das instituições, com o estrangulamento das suas atividades fins, e solapa a autonomia universitária ao transferir para a tecnocracia do estado uma miríade de resoluções ordinárias que desde sempre coube às universidades fazê-lo, em função de suas próprias dinâmicas, tornando as ações de progressão laboral, concurso público, alocação de recursos para atividades extensionstas e de pesquisa, ou mesmo a compra de pipetas, luvas e sabão um verdadeiro pesadelo kafkiano.
No campo da negociação salarial, os acordos que vinham sendo pacientemente engendrados há mais de um ano foram suspensos unilateralmente com a chamada “cláusula da mordaça”, que textualmente vincula a incorporação de direitos trabalhistas ao impedimento dos docentes de pleitear qualquer demanda salarial até 2015.
Sobretudo, as normativas do governo Wagner representam uma excrescência legal, e no limite a própria suspensão do Estado de Direito: o dito decreto e seus apêndices violam frontal e acintosamente a Constituição do Estado da Bahia, especificamente no seu capítulo XIII, artigo 262, que rege sobre a autonomia didático-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial das suas universidades estaduais.
É notável que o contingenciamento de recursos para a educação superior se dê num contexto de bonança da economia baiana, com um aumento de PIB na monta de 7,5% em 2010. Portanto, injustificável sob o ponto de vista econômico. E mais ainda sob o ponto de vista político e jurídico, posto que a intervenção do Estado nas universidades, a subtração evidente da sua autonomia, é um assalto à legalidade e um retrocesso que é a concretização extemporânea de um velho sonho carlista: uma Bahia de joelhos, acéfala, obediente às volições imperiais do seu déspota, esclarecido ou não.
Do Palácio de Ondina à Granja Solar. Desde a primeira eleição de Jaques Wagner ao presente se tem, curiosamente, o mesmo lapso de tempo em que se deu, na fábula Orwell, a transformação do militante Napoleão num tirano incontrolável. Pois que, gradualmente, os mesmos instrumentos de dominação da repulsiva era ACM são reabilitados aqui e ali pelos “companheiros de luta” ora ocupantes do Palácio de Ondina: o contingenciamento de recursos, a propaganda, os privilégios, a recusa da negociação, o corte de salários, as ameaças, o terror. A peça final dessa transformação grotesca se deu com o corte de salários dos professores e a troca da negociação pela propaganda. De fato, o PT da Bahia tem demonstrado ser um aluno exemplar e vem aplicando sistematicamente os ensinamentos da escola de terror da era ACM: Veja aqui.
Pois agora se sabe que o novo já nasceu velho e não se sabe mais qual diferença há entre ACM e Jaques Wagner. Ambos se igualam no tratamento dispensado aos amigos, à publicidade e aos trabalhadores do Estado da Bahia. Triste Bahia. Donde cabem à perfeição as palavras finais da obra de George Orwell: “mas já se tornara impossível distinguir quem era homem quem era porco.”

Roque Pinto é doutor em antropologia e professor da Universidade Estadual de Santa Cruz.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Bahia lidera Ranking de pobreza no Brasil


Por Maik Oliveira

Segundo documento liberado hoje pelo IBGE relativo ao Senso 2010, a Bahia é o Estado brasileiro com o maior número de pessoas abaixo da linha da pobreza, são 2,4 milhões de pessoas, é sem dúvida a maior concentração de pessoas nessa condição em todo território nacional. Depois da Bahia surgem outros dois Estados nordestinos, o Maranhão com 1,7 milhões de pessoas e o Ceará em terceiro lugar com 1,5 milhão.
A situação do governo J.Wagner, das gestões "agora tem, tem, tem" se agrava a cada dia, não bastasse esse escandaloso número de pessoas em situação de miséria, ainda temos o sucateamento das instituições de ensino, que ainda não foram para o brejo graças ao compromisso dos profissionais da área, que atuam para salvar a educação bahiana, especialmennte as Instituições de Ensino Superior (IES).
É obvio que esses números do IBGE não são reflexos apenas do governo petista, é fruto de um longo descaso político, que se arrasta por décadas, mas não podemos deixar de levar em conta que esse é o terceiro mandato do PT no Estado, vale lembrar que já vivemos no passado uma experiência dessa com Waldir Pires e que não foi nada agradável.
Soma-se a isso a situação dos transportes controlados pelo governo como o Ferry Boat, que se encontra em situação deplorável e sem nenhuma atenção, acidentes vem acontecendo com certa frequência, de vez em quando os navios ficam à deriva no mar e é um Deus nos acuda, e olha que um desses navios leva o nome de Ivete Sangalo, tadinha.
O forasteiro governador da Bahia, (ele é carioca) que ganhou a eleição por conta da popularidade de Lula, está se mostrando um verdadeiro aventureiro, especialista em arrumar desculpas esfarrapadas para justificar suas ações indecorosas à frente do governo.
As universidades estaduais estão paradas a quase um mês e numa assembléia hoje, decidiram que vão continuar com a greve, apesar do governo arbitrariamente se negar a pagar os salários dos professores, mesmo sendo esta uma greve legítima e de direito assegurado na Constituição Federal, inclusive mantendo 30% de funcionamento nos estabelecimentos de ensino como requer a lei. Um professor da UESC informou que a classe teve que entrar com um mandado de segurança para não ficar sem os salários.
Não há novos empreendimentos via poder público no Estado, são as poucas iniciativas privadas com alguns mercadinhos e lojas que ainda apostam em se dar bem por aqui, enquanto isso o governo joga todas as suas fichas em empreendimentos polêmicos como é o caso do Intermodal de Ilhéus, que é iniciativa federal/privada diga-se de passagem. Mas uma coisa é clara, milhares e milhares de reais são gastos em publicidade na TV, rádio, internet e jornais impressos com o já famoso e desprezível refrão: "agora tem, tem , tem".
Se teve algo que o governo Wagner trouxe do PT para a Bahia foi sua enorme capacidade de midiar os quase nada que faz, é como aquela história da pata e da galinha, a pata quando bota um ovo é preciso procurar minuciosamente o lugar onde ele está, pois esse animal, apesar de botar um ovo duas vezes maior que o da galinha, fica em silêncio, não faz estardalhaços, mas a galinha quando bota um ovo, por menor que seja, todos sabem onde está e a hora que ela botou, pois faz um escândalo sem precedentes, assim é o governo de Wagner, muita promessa, poucas realizações e muita truculência. É a era Malvadeza II no nosso Estado.
No balanço do governo na Bahia, entre outras coisas estão o maior número de pobres no país, o mais violento da nação, pasmem, Pernambuco que sempre liderou esse quisito ficou para trás, agora é a nossa Bahia, o número de mortes violentas no estado subiu mais de 400% nos últimos dez anos segundo pesquisas recentes. Um dos piores salários de professores universitários do Brasil, fazendo com que bons professores saiam para outras universidades em outros Estados. A sensação é de que estamos indo quase irremediavelmente para o buraco!