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terça-feira, 10 de maio de 2011

Temos mesmo o que comemorar?

Por Bruno Bilitário



Na madrugada do dia 2 foi morto um dos homens mais procurados pela inteligência militar norte-americana, Osama Bin Laden, e em várias partes do globo efervesceu um sentimento de euforia e, de certa forma, "justiça feita", mas será que temos realmente o que comemorar?

Espero que os que lerem esse blog não tomem minhas palavras como alguma forma de apologia ao terrorismo, na verdade o que estou tentando questionar é quem está de fato promovendo o terror no mundo?

Ou melhor, existe distância entre bandido e herói nessa sangrenta história que se arrasta a quase dez anos?

Pra ser mais claro, será os Estados Unidos da América, com seus bombardeios aéreos e armamentos pesados simboliza os mocinhos dos filmes de cowboy, ou a imagem encarnada do Superman? Pois, se de um lado está o lamentável fato do atentado ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001 e as 3 mil mortes de civis estado-unidenses, de outro lado estão mais de 50 mil mortes de inocentes árabes mortos nesta última década, em nome de uma improvável e falsa democracia, o que nos faz lembrar algo que está acontecendo agora na Líbia.

Nós precisamos de uma promoção de justiça real, e isso implica em respeitar a diversidade e a autonomia de outros países, e não aceitar mais que alguns governos, por interesses particulares, manipulem organizações mundiais e devastem territórios apenas para expandir seus impérios. Afinal, um dia pode ser o nosso Brasil o próximo território a ser anexado de forma violenta.

Bruno Bilitário é estudante de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz e Coordenador de Cultura e Eventos do CACiS.

1 comentários:

Tiago Sousa disse...

Os EUA comemoram a morte do "terrorista mais perigoso do mundo" e enquanto isso, o mundo digo, nós os civilizados ocidentais, aclamam os americanos como heróis sem percebermos que eles são os vilões da história. Para quem não sabe, foram os governos americano, paquistanês e saudita que colocaram os Talibãs no poder. O Afeganistão estava em guerra contra a União soviética, e para controlar o avanço soviético para a eminente dominação da região e o controle do Golfo Pérsico, os EUA armaram as milícias afegãs apoiando as guerrilhas. Até hoje as guerrilhas estão presentes no país, e sempre contiveram avanços de forças armadas estrangeiras. O resultado disso é o desgaste da população civil que ao longo de quase 40 anos vive a violência progressiva de uma guerra que não tem fim, motivada unicamente pela ganância. Bom, os EUA esteve ao lado do Talibã quando lhe era confortável, financiou morte e sangue. Agora que o governo Talibã criou tensões com a Arábia Saudita e Paquistão, grandes parceiros e fornecedores de petróleo, os estados unidos trocam de lado e promovem mais morte e mais sangue, tutelados pela ficção da "Guerra contra o Terror". O terrorismo que eles mostram como causa, é somente o efeito do que provocaram. Nos "atentados" de 11 de setembro morreram um pouco menos de 3 mil pessoas. No primeiro ano de guerra, 1998, os EUA mandaram 140 mil soldados, se cada um deles mata um civil por ano temos 140 mil civis mortos no Afeganistão (números sugeridos por mim, os oficiais são ridículos), e os civis morrem sim, não há exércitos oficias das mílicias e qualquer cidadão comum pode ser confundido com um miliciano, por isso os civis morrem tanto nesta guerra, de acordo com a ONU (esse é oficial) só no primeiro semestre deste ano morreram 1.013 civis, levando em consideração que chegamos ao décimo primeiro ano de guerra, podemos facilmente ultrapassar o número de 40 mil inocentes mortos (fazendo uma média a partir dos números oficiais), entre homens, mulheres e crianças. Os afegãos precisariam de pelo menos mais 13 torres gêmeas para empatar o jogo. A morte de Osama Bin Laden não representa o fim da guerra, muito pelo contrário, representa um recomeço mais forte para o talibã e uma nova justificativa para a continuidade.

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