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terça-feira, 1 de março de 2011

Reflexões sociológicas sobre dilemas da sociedade moderna

Por Débora Santos

Estava um dia desses refletindo sobre a nossa sociedade e de como esta vem sofrendo com as injustiças e descaso dos poderes públicos.
Ao ver na mídia noticias que nos deixam estarrecidos como o caso do delegado que agrediu um deficiente físico por causa de uma vaga no estacionamento. Vaga esta que era destinada aos deficientes, em cuja, o delegado resolveu estacionar, segundo ele, por estar com pressa. Há ainda o caso de policiais que usam arbitrariamente do poder concedido como autoridade militar e espancam cidadãos de bem, ou até mesmo aqueles considerados delinqüentes, o que não justifica a violência no exercício da profissão muito menos o excesso da mesma.
Ficamos a imaginar até aonde vão chegar às injustiças sociais? Pessoas morrendo nos corredores dos hospitais por falta de atendimento médico, aguardando vagas em UTIS ou no centro de hemodiálise como ocorreu está semana; doentes que não conseguem aposentadoria porque o médico do INSS as considera aptas para o trabalho. O descaso com o ser humano e suas necessidades básicas de sobrevivência é latente.
Analisando estes assuntos à luz do bom e velho Émile Durkheim creio que ele diria que esta faltando no Estado e por conseguinte nas pessoas, na sociedade, a moral e a ordem. Em sua obra Lições de Sociologia (p.97), o autor diz que cabe ao Estado chamar progressivamente o indivíduo a existência moral. Estão estes profissionais pondo em pratica a moral no exercício de sua profissão? Quando vemos atitudes como estas citadas acima de abuso de poder, descumprimento da Constituição que confere direitos de saúde igualitária para todos os cidadãos, etc, etc...Só discurso, colocar em pratica o discurso, a moral, quase nunca.
A sociedade precisa se interessar mais, denunciar, cobrar, sair do comodismo, de achar que não tem jeito, que “pobre tem mesmo é que sofrer”, deve lutar, reivindicar seus direitos, exercer sua cidadania. Durkheim fala na mesma obra já citada (p.09) : “ Só há uma força moral, e por conseguinte comum, que é superior ao indivíduo e pode legitimamente constituir sua lei, é a força coletiva. Precisamos nos organizar coletivamente como cidadãos e lutarmos por nossos direitos já há muito adquiridos.


Débora Santos é comerciante em Ilhéus e estudante de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz

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