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quarta-feira, 2 de março de 2011

Análise sociológica do Tempo


Por Wesley Tavares


Olá! Será que posso ter um minuto da sua atenção? Quero falar de uma coisa corriqueira em nossas vidas e que poucas pessoas dão importância. Você já se deu conta de todas as atividades que fez hoje? Sabe o quanto do seu valioso tempo, gastou para realizá-las? Bem, é disso que vamos tratar aqui, O Tempo. Esse rico e pouco valorizado bem, dita nossos dias, épocas, estações, vidas e tudo o que percebemos ao nosso redor. Hoje, é comum encontrar pessoas apressadas, estressadas, sem tempo para o tradicional cafezinho, tudo devido às demandas de um mundo moderno, onde “tempo é dinheiro”, e a cada minuto parado, os prejuízos são calculados. Podemos notar como é impactante a falta de tempo, quando paramos para observar o comportamento de uma instituição que é base fundamental para a maioria dos seres humanos, a família. Nossas crianças já não são mais as mesmas, isso é fato, mas muitos estudiosos atribuem essas mudanças aos anseios da globalização, ao capitalismo selvagem, que “rouba” seus pais por um determinado período, várias horas na semana, vários dias no mês, o que não deixa de ser verdade. Podemos considerar luxo, o tempo que passamos ao lado dos nossos entes queridos, pois esse instante sublime, ainda não nos foi privado. Quer ver o quanto do seu tempo é perdido durante uma semana? Pare agora e pense quantas horas por dia você disponibiliza para ficar ao lado de quem gosta? Quantas horas desse mesmo dia são reservadas para as atividades físicas? E mais, quantas horas ou minutos, já que estamos falando do tempo sem medi-lo, é disponibilizado para parar, pensar, contemplar o ambiente, ler um livro, mandar um email, ver os amigos e dormir? Se você consegue fazer metade dessas atividades em um só dia, parabéns! Sua vida é bem vivida. Alguém um dia inventou o relógio, o “aprisionador” do nosso tempo. Uns dizem que foram os egípcios, que marcavam suas rotinas com as ampulhetas, outros dizem que o mesmo surgiu há 600 a.C. na Judéia, os relógios de água. Não sei ao certo, mas o que percebo é que essa preocupação em marcar os períodos dos dias, trouxe benefícios e preocupações para a humanidade. Muitas pessoas, só se dão conta do tempo, quando não há mais tempo, quando suas vidas já não são vividas, o que é uma pena. Acho que deveria ter uma disciplina obrigatória na escola, que nos ensinasse desde pequenos a valorizar nosso tempo, e com isso tenho certeza que o mundo seria outro. Teria pessoas mais humanas, mais famílias reunidas à mesa na hora do jantar, menos jovens nas ruas e mais relacionamentos duradouros. Em alguns países de vários continentes, como a Espanha, a Itália e a Grécia, o tempo é bastante valorizado. São em sua maioria, países ditos de primeiro mundo, que adotam o hábito de parar suas atividades após o almoço, a chamada "sesta", para que as pessoas possam dormir (tirar aquela soneca), assim retornando com mais disposição para o trabalho. Na Itália, por exemplo, mais precisamente em pequenas cidades do interior ou litoral, seus moradores têm uma média de vida bastante elevada, se comparado com o resto do mundo, pessoas vivem mais de cem anos facilmente, pois o tempo é respeitado e contemplado. O ritmo de vida é lento, sem a pressão de indústrias, grandes corporações e empresas que só visam o lucro, e não esboça respeito nenhum ao indivíduo. E é relatando estes fatos, que espero conseguir pelo menos uma breve reflexão, visto quê, o que está em jogo são nossas vidas, nosso tesouro, nosso direito de aproveitar cada momento, pois estes estão sendo sugados aos poucos pela modernidade, que veste a máscara da luxúria, e cobre-se das ambições e cobranças demasiadas. Hoje a palavra de ordem no mundo corporativo, é meta. Mas porque não cumprir a meta de visitas aos parentes distantes? E as metas estabelecidas por nossos filhos, essas também não merecem ser cumpridas? Garanto que essas metas são mais prazerosas de serem batidas, e faz um bem danado ao coração. Já faz alguns dias que estava querendo escrever este texto, só não encontrava tempo, e isso me incomodou demais; é por isso que temos de nos permitir acesso ao tempo; devemos ir mais ao cinema, temos que fazer reuniões familiares com mais frequência, necessitamos de sair com os amigos, ansiamos acordar cedo para caminhar, e assim aproveitar o sol ou a chuva, porque não? São ações simples que fazem toda a diferença em nosso dia a dia. Por conta disto vai uma dica: viva sua vida, aproveite cada momento, o tempo é nosso e só nós sabemos o que fazer com ele, e pensar é uma das melhores maneiras de valorizar o tempo.


Wesley Tavares é estudante de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz e bolsista Capes para o programa PIBID/Sociologia no Ensino Médio

6 comentários:

Escola Municipal do Banco da Vitória disse...

OUTRA ANÁLISE ACERCA DO TEMPO

Muitos dizem que tempo é dinheiro, vamos pensar no tempo fazendo uma análise antropológica, não sociológica. A perda de tempo como é vista pelo capitalismo como perder dinheiro, tem parte de sua origem no imediatismo que constituiu uma palavra de ordem, na sociedade capitalista, mas enxergando por uma outra ótica, observa-se que o tempo é valioso, não pensando numa concepção capitalista, contudo, pautando-se na existência humana, ampliaremos a excelente discussão trazida por nosso colega, Wesley, e construiremos outras visões acerca do tempo.
Com o passar do tempo, o indivíduo toma consciência de sua existência, que ele não está no mundo para viver isolado. A exemplo disso temos a fase infantil, onde se pensa que o mundo foi feito apenas para um único ser, EU. Depois dessa fase, percebe-se que o mundo é muito mais complexo do que pensávamos, adquirimos a consciência de que o mundo, com o tempo, está para todos, e o que é pior, dentre todos cada um é diferente do outro. O tempo continua passando e eu entre todo o mundo, preciso ou (muitas vezes) sou obrigado(a) a me adaptar a situações jamais imaginadas.
É aí que o tempo ganha um sentido contrário do tempo sociológico, do ponto de vista capitalista. O tempo é visto a nosso favor. Eu, indivíduo aprendo, que o tempo serve para adquirirmos experiências, pois só ele ensinará que, passamos a nos conhecer a partir do outro (alteridade), ainda mais que a opinião do outro deve ser respeitada, embora existam divergências de ideias.
Para Santo Agostinho (visão filosófica) o tempo não existe, apenas foi criado para relacionar, ou melhor, relativizar alguma coisa. Entretanto, para a física possui um caráter fundamental, visto que só pode ser compreendido em relação ao espaço e ao movimento. O filósofo, Santo Agostinho, trazia uma reflexão bastante interessante sobre o tempo, quando dizia que ele sabia o que significava a palavra tempo, no entanto, se perguntassem a ele para ele definir o que era tempo ele não saberia responder. Para ele, o tempo não é passível de apreensão, pois o tempo nos escapa, não conseguiremos nunca medi-lo. Embora, hoje façamos tal “apreensão” a partir da ideia de passado, presente e futuro.
De acordo com “a teoria da relatividade, o tempo transcorrido entre dois eventos não é o mesmo para dois observadores em movimento relativo”. A exemplo disso, temos tic-tac do meu relógio não será igual ao do seu se estivermos em movimento relativo um ao outro, note que seu tempo é uma questão da sua realidade.
As narrativas literárias apresentam dois tipos de tempo: o cronológico e o psicológico. O primeiro, diz respeito ao tempo do relógio, e o segundo é mais complexo de apreensão é o tempo subjetivo, sentido, vivido pelos personagens. Poderíamos dizer que o tempo cronológico é físico e o psicológico não.
Retomando a ideia de tempo, na concepção de passado, presente e futuro, pode-se perceber e analisar o homem nessa perspectiva. À medida que o tempo passa, esse homem ganha experiência, aprende mais, comete menos erros, torna-se maios paciente, troca experiências e possui mais sabedoria.

LÍLIAN DE SANT’ANNA MAIA
Aluna do Curso de Ciências Sociais
da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Wesley disse...

Um ótimo motivacional...
Concordo plenamente.
Parabéns pelo texto Wesley!

Anônimo disse...

Adorei.
Acredito que se as pessoas estivéssemos consciência disso, o número de patologias físicas, mentais/emocionais seria muito menor; pois, ao meu ver, tempo é vida.

Um grande abraço e que você potencialize sempre este seu lado humano e escreva mais.

Parabéns, mais uma vez, pelo texto, Wesley. Maravilhoso conhecer este blog. Parabéns duplo?! =)

Namastê...!

Anônimo disse...

Oi...grato pela visita e pelo apoio...continue nos visitando. Visite o blogdomaikoliveira.blogspot.com Abraço

O editor

Anônimo disse...

foi muito bom uma reflexão sobre o tempo,pois agora mesmo estamos ocupando um tempo para ler esse artigo.

Anônimo disse...

É muito importante um pouco de reflexão sobre o "tempo",pois a cada dia que passa nossas vidas ficam por um fio.

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