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terça-feira, 21 de junho de 2011

Greve de estudantes? Como assim?!

Por Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação/CACiS

Os estudantes da UESC, por meio de assembleia, deflagraram a greve 2 vezes DURANTE a greve dos professores. A primeira extra oficialmente através do "Mobiliza UESC", a segunda pelo DCE, quando foi feito um plebiscito e após apuração dos votos colocados nas urnas, uma em Ilhéus, outra em Itabuna, constatou-se a pequena quantidade de votantes (não representativa, diga-se de passagem) sendo que a maioria da minoria queria a greve.

O primeiro pensamento era a unificação das pautas de reivindicação junto ao governo. Os estudantes aderiram a greve junto com os professores, com a garantia da ADUSC de que na mesa de negociação estariam também as necessidades dos discentes.

Pois bem, o questionamento de boa parte dos estudantes era como ficaria a situação da classe se os professores negociassem com o governo e acabassem com a greve sem que os intentos dos estudantes fossem contemplados na negociação. A resposta de quem estava na liderança do movimento de greve estudantil era sempre “continuaremos em greve!”

O que era evidente aconteceu. Nunca antes na história dessa universidade,parafraseando um certo ex-presidente, se viu a ADUSC andar em alinhamento com os estudantes. Sempre assistimos os estudantes fazerem descaradamente o papel vergonhoso de “massa de manobra” para pressionar o governo em benefício dos interesses da classe docente. Enquanto que os estudantes acabam sempre comendo as migalhas do que é colocado, quando comem.

Assim, com o fim da greve dos professores e a necessidade imediata de resolver as pendengas causadas pela parada grevista, cobrança do governo do Estado, novo calendário foi montado e votado hoje pela manhã, enquanto os “inocentinhos” representantes estudantis tentam em vão viabilizar uma greve que só existiu por conveniência, enquanto os professores não podiam dar faltas, nem tampouco cobrar os devidos créditos.

A verdade é que, os professores precisam trabalhar, e irão para as salas de aula. Os estudantes sem rumo, sem liderança, sem convicção, sem lenço e sem documento, ficam sem saber o que fazer, parte vai às aulas, outra parte acredita no movimento de greve. Enquanto isso os professores vão aplicar provas, vão trabalhar o conteúdo das ementas e conseguintemente vão dar falta aos “grevistas”.

A liderança estudantil da UESC desunida demonstrou nesse episódio uma total falta de articulação e influência junto aos dirigentes da IES, não conseguiram fomentar uma greve organizada, alianhada com discentes, docentes e administração.

Vi um colega dizer na sala que os professores precisam respeitar os estudantes que já fizeram história no país, como por exemplo, a atuação na luta contra a ditadura militar, parece que esse é o único discurso da classe.Mas pessoal! Não se pode viver de passado. Penso que é muita ingenuidade achar que os estudantes vão parar de estudar, de buscar suas realizações pessoais apenas por entender que a greve estudantil é direito conquistado quando os estudantes da década de 1960 foram para as ruas. Cada contexto no seu texto gente!

É preciso contextualizar, levar em conta as seguintes situações:

1. Interesses pessoais de cada estudante.
2. Interesses pessoais de cada professor.
3. O nível da representatividade estudantil no momento. Conseguem convencer a classe? Na atual realidade, é claro que não.
4. O amparo legal para a greve.
5. A unidade estudantil em torno de suas necessidades gerais.
6. O alinhamento com o corpo docente.

O momento é ruim para os colegas que moram em outros municípios e que dependem do transporte escolar para estarem na universidade, por conta do período de recesso escolar das demais instituições de ensino. Só nos resta agora contar com a colaboração dos professores para abonar as faltas dos colegas. Ao menos uma retribuição pelo apoio que os estudantes deram aos seus propósitos.

2 comentários:

Escola Municipal do Banco da Vitória disse...

Seria interessante saber quem foi o autor desse texto. Concordo com que está sendo posto. Creio que não podemos aderir uma coisa sem saber claramente onde estamos nos metendo, isto é, da legalidade desse movimento. 1º entendo que em todos os turnos existem discentes que possuem voz, por isso eles têm de ser ouvido, e não foi isso que aconteceu, apenas fomos comunicados que estaríamos em greve (não sei se esse termo poderia ser usado, talvez, mobilização), motivo esse de não se conseguir adesão da maioria para esse movimento. O movimento tem de ser bem articulado, organizado, e a organização parte da colaboração de todos, ou pelos menos da maioria. Não podemos deixar que uma minoria comande a maioria, por isso precisamos buscar o consenso, e essa mobilização não tem surtido efeito, isso no meu ponto de vista, por causa da não interação entre todos. Não posso me deixar levar sem saber, claramente, o porquê e o sentido das coisas. Não estou nem a favor da classe docente e muito menos contra os discentes, até porque sou discente, apenas estou buscando entender o que aconteceu, uma vez que temos muitas coisas a resolver dentro do próprio curso (Ciências Sociais) e ainda não resolvemos.

Creme Derungs disse...

Assim como Lílian, concordo com o texto acima e digo, sinceramente, que fica difícil acreditar que haja alguma possibilidade de que essa "greve?" surta algum efeito, haja vista que ela é natimorta.
Ora, como podemos acreditar em um movimento desarticulado como este, em que não houve em nenhum momento a adesão da maioria?
Entendo também que esse fato possa ter sido proporcionado por ter sido começado durante o período da greve dos professores, fato esse que dificultou o acesso às pautas dos estudantes que não estavam frequentando as dependências da UESC (por causa da greve mesmo), e assim não puderam ou não tiveram acesso às decisões que estavam sendo pensadas naquele momento.
Entretanto, o que dificulta a aceitação e participação (falo por mim e por várias outras pessoas, inclusive de outros cursos, com as quais conversei)é a ausência de informações corretas do que se está pleiteando.
Soube que houveram algumas benesses para os estudantes. Quais?
Quais as reivindicações?
O que se está pleiteando?
Acredito que não se pode aderir a uma causa sem saber onde se pode pisar e que tipo de sapatos usar.

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