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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O polêmico desabafo

É do conhecimento de todos nós, ou pelo menos dos “antenados” nos assuntos relacionados à política, que em ano de eleição, nós cidadãos brasileiros temos a oportunidade de concretizar, através do nosso voto, a tão esperada mudança social. Essa deveria ser a consciência real do nosso povo, mas não é o que acontece. Os programas sociais como o bolsa família, o vale gás dentre outros, são verdadeiros formadores de opiniões, são os grandes cabos eleitorais. Baseado nesta reflexão e, tendo como suporte os programas eleitorais gratuitos, resolvi levantar uma questão, onde a pergunta chave é a seguinte: devemos acreditar no que os políticos falam em especial nosso presidente, ou na realidade que nos cerca?


Por conta disso resolvi escrever em forma de desabafo um pequeno comentário, muito pessoal, pois fiquei muito chateado com tantas mentiras e promessas que são feitas apenas com a intenção de persuadir o eleitor, mas que no seu íntimo não passam de falácias. Outro motivo pelo qual resolvi relatar minha indignação, é o fato de ter percebido como nosso atual presidente, está engajado de forma empolgante na campanha de sua possível sucessora, uma “energia” que tem gerado uma receita muito grande, o que no meu ver é um tremendo desperdício, pois este dinheiro que é de todos nós, e não tenham dúvida disso, está sendo usado de uma forma intransigente, quando, poderia está aplicado em pontos mais carentes, como a saúde, a segurança e a educação. Tendo isso em vista, me veio alguns questionamentos dos quais senti a necessidade de perguntar. O que Lula ganha com isso? O que ele vai fazer se Dilma for eleita? Será que ele terá cadeira cativa em algum ministério? E a Dilma, está preparada para assumir um país com tantas carências? Ao levantar essas questões, percebi o quanto era importante compartilhar com meus colegas, dos quais tenho maior respeito e admiração, pois são verdadeiros formadores de opiniões, mas, de maneira alguma, imaginaria que haveria tantas manifestações, o que achei fantástico, pois a intenção maior era essa, leva à discussão, a troca de informações, onde cada um pudesse expressar suas opiniões.

No texto, bem casual e simplório, deixo bem claro que não sou filiado a nenhum partido político, e não tenho vínculo com nenhum candidato; de certa forma me considero uma pessoa apolítica. Encaro o contexto político atual como muitos por ai, defendendo apenas os interesses do povo e, me indignando com candidatos que tentam aparentar ser a única solução para os nossos problemas.

Admito, com certa cautela, que durante esses quase oito anos, de governo petista, Lula e seu time, como gostam de ser intitulados, fizeram muitas transformações no Brasil, principalmente na recuperação da economia, onde depois de muitos anos de crise, o país passou a figurar no cenário mundial como um dos melhores lugares para investimento de capital. Pessoas passaram a ter mais acesso aos bens de consumo, famílias aumentaram seu poder de compra, aquecendo de forma contínua o comércio e, que por sua vez passou a gerar mais emprego. Tudo isso é a parte “bonita” (nada mais que a obrigação), do governo petista, mas nada me faz esquecer, do escândalo do mensalão, das malas cheias de dinheiro, dos dólares nas muitas cuecas, da corrupção como “nunca foi vista na história desse país”, ou melhor, nunca foi tão escancarada, pois, acredito que a corrupção sempre existiu em todos os outros governos; e o Lula sempre afirmando que não sabia de nada, será que não sabia mesmo? Por conta disto, quando chamei o atual presidente de “Pop star”, por tentar usar sua imagem de “bom moço” para amenizar estes delitos, teve muitos colegas, que defenderam a postura do “ilustre”, acreditando ser este um direito de um “homem que fez por merecer estar na posição de um líder nacional”, méritos estes que não estão sendo questionados. Teve colegas que chegaram a apelar, chamando-o de pessoa humilde, apenas pelo simples fato de ser nordestino. Acho que isso não é garantia de humildade. Conheço pessoas nascidas em “berço de ouro”, que vive e viveu para o povo e tem na sua essência a verdadeira humildade. Se olharmos por este viés, a candidata Marina Silva, do PV, se enquadra perfeitamente dentro das características ideais de uma pessoa humilde, ela mais do que qualquer outro candidato, sabe bem o que isso significa.

Muitos devem está imaginando o porquê estou tomando partido contra o governo petista, quando antes havia dito ser uma pessoa apolítica. Pois, quero que saibam que não aceito ter como exemplo para as futuras gerações, crimes sem punições, a moral “sem moral”, a ética sem valor; bens de fundamental importância para a construção de uma sociedade justa, e de valores igualitários. O que os pais vão dizer para seus filhos, quando os mesmo lhes perguntarem o porquê os ladrões de Brasília estão à solta, quando deveriam está sendo punidos por seus atos ilícitos? É complicado. Pois, já está sendo difícil criar nossas crianças dentro dos valores morais mínimos, por conta das transformações feitas na instituição familiar, e se agrava ainda mais com os maus exemplos vistos em nossa sociedade.

Se pararmos para observar, estamos sendo reféns, já faz algumas décadas, de dois grandes partidos políticos, Tucanos e Petistas; estes monopolizaram o cenário político nacional e, tem feito o que bem entende com o povo brasileiro. Acho que já é hora de dar uma basta nisso. Deixando de ser apolítico neste momento, apoio as idéias da chamada terceira opção, ou seja, da candidata Marina silva, onde vejo sim, a imagem de uma pessoa humilde, não por ter nascido num estado no Norte do país, e sim pela sua história de vida, onde através da educação, que acredito ser o caminho para a verdadeira transformação social, vencera as dificuldades impostas por uma vida miserável. Como não há outro jeito para construir a sociedade ideal, que não seja elegendo um indivíduo que nos governe, e que faça a máquina pública funcionar, vejo em Marina a realização dos projetos necessários para melhorar nossa situação.

Observemos que em nenhum momento, a candidata do PV, parte para o desespero atacando seus adversários de forma hostil, assim como faz o candidato tucano e, também não se reporta a nós eleitores, como se já estivesse eleita presidente, tomando atitude contrária a da candidata petista. Se muitos deram oportunidade a Lula, por ter sido um legítimo representante da classe operária, porque não conceder a Marina a mesma oportunidade? Ela é capaz e tem experiência, ao contrário de Dilma. Caso eleita, Marina será a primeira mulher presidente do Brasil, e um detalhe muito especial, o fato de ser uma mulher negra, isso faria uma diferença enorme num país preconceituoso e sistemático como o nosso. Como já tivemos um representante da classe operária por oito anos na presidência, seria interessante mudar por uma legítima representante da classe menos favorecida, pois conhecendo as reais necessidades, ficaria mais fácil acabar de vez com a miséria que assola nosso povo.

Tenho plena convicção, que de maneira alguma, a escolha de uma candidata como Marina, por não ser petista, irá frear o crescimento do país. Acredito que a escolha do “diferente” para o futuro, não nos levará ao retrocesso, pelo contrário, precisamos de novas idéias, temos que nos livrar do continuísmo, o objetivo é melhorar e, não achar que o que está posto é o suficiente. Se o Brasil já melhorou com a escolha de um candidato de esquerda, porque não acreditar numa constante melhora, elegendo uma candidata de um partido que não seja o mesmo do atual presidente? É dessa forma simples que vejo o cenário político atual em nosso país, e é por isso que confio em Marina para assumir o posto de líder do povo brasileiro. Essa é a minha opinião.

Escrito por Wesley Robson Tavares
Graduando em Ciências Sociais - UESC

Opinião do Blog Sociologia Hoje.
Esse espaço é destinado aos alunos de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz, bem como alunos do Colégio Modelo de Itabuna e Militar de Ilhéus que estão no Ensino Médio, também são convidados a postar no blog os nossos professores e líderes no PIBID/Sociologia.
Por conta disso, esse é um espaço livre, que confere o direito de expressar o pensamento, as ideias e opiniões. Aqui nesse caso específico o blog em si não toma partido político mais dá o direito de seu associado se expressar, nesse contexto, somos adeptos do pensamento voltairiano que diz: "Posso não concordar com uma palavra do que dizes , mas lutarei até a morte pelo seu direito de se expressar."

1 comentários:

Panóptico Social disse...

É! Opinião não se discute ( no sentido de estabelecer qual seria "a melhor"), respeita-se. Cada um tem suas convicções e luta em prol das mesmas e viva a diferença!
André ANDRADE

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