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sábado, 18 de dezembro de 2010

Um blog não vive sem comentários


Olha que coisa interessante, esse é um blog que vem abrindo seu espaço de maneira satisfatória, temos muitos visitantes e isso é muito bom, mas, apesar de estarmos sempre postando novos textos, com visitas de mais de 15 nacionalidades, temos poucos comentários, o número é muito pequeno quando relacionamos à quantidade de visitantes.

Bom amigo, um blog não consegue cumprir bem o seu papel se não tiver comentários, porque é através deles que norteamos nossas ações, é por eles que analisamos como está nosso ponto de vista, o que pode ser melhorado nos textos, na aparência do blog, no que ele tem oferecido para os internautas...por favor, ao nos visitar deixe seu recado, pode ser um elogio, uma crítica, um comentário sobre o post lido, isso é muito importante para nós.

Como você pode perceber, o blog está mais interativo, mais colorido, acatando uma sugestão do nosso colega Edson, trabalhei um bocado pra deixá-lo assim, isso tudo para te agradar, mas por favor...interaja conosco vai...precisamos de você!


Muito obrigado!


Maik Oliveira

Coordenador de Comunicação do Centro acadêmico de Ciências Sociais - UESC

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

La Sociedad y Sociología


O blog Sociologia Hoje tem sido bastante visitado por pessoas amigas de vários países, assim a partir de agora, o post mais lido ganhará sua versão em espanhol.
Sendo este post, " A sociedade e a sociologia" o mais lido do blog nesses quatro meses de sua existência, será o primeiro a se tornar bilingue, espero que gostem da ideia.
Boa leitura a todos os nossos leitores e seguidores.

Blog Sociología de hoy ha sido visitado por gente muy amable de muchos países, por lo que a partir de ahora, el post más leído de una versión en español va a ganar. Desde este puesto, "la sociedad y la sociología", el blog más leído en estos cuatro meses de su existencia, será el primero en convertirse en bilingües, espero que les guste la idea.
Buena lectura para todos nuestros lectores y seguidores.

Lo que la sociología tiene que hacer a la sociedad moderna? Desde Comte cuando comenzó sus estudios, sus teorías sobre la sociedad, mucho se ha preguntado por la importancia de esta disciplina, que podría haber estado de la ciencia?
El francés Emile Durkheim, preocupado por ella, y trató de dar un método para este campo de estudio, el estudio de los hechos sociales como cosas fue su primera gran contribución a la sociología podría hacer una forma de la ciencia, a partir de ahí vinieron otros teóricos que han dado forma a la cara, la forma, respondiendo a los por qué y con todo a los métodos de estudio de la sociedad científica que podría explicar los hechos, los acontecimientos sociales, sus transformaciones y sus paradigmas.
La principal característica de nuestra ciencia, como dijo el profesor Lim Anatércia Calourada todavía en 2010, es a la pregunta, la pregunta de lo que se dice, en la política, los medios de comunicación, la religión, y esto realmente le molesta. No en vano ha sido los constantes ataques de Sociología, y no era para nada es tan difícil de llevar la disciplina a la escuela secundaria en Brasil, no por casualidad todavía encontrar medios de comunicación en la revista Veja como por ejemplo que se enfoca tu opinión preguntaba que la Sociología sólo estudiar el pensamiento marxista, comienza su relato diciendo que "ahora obligatoria en bachillerato en Brasil, las lecciones de Sociología y Filosofía del abuso de conceptos y el tono de la propaganda superficial. Matemáticas es bueno ...".
Al parecer consciente de la revista citó la importancia de promover el pensamiento crítico entre los jóvenes en particular, y la sociología tiene esa prerrogativa.
¿Qué es importante Matemáticas, Lengua Portuguesa, Biología y otros, sin duda, pero pocas disciplinas que trabajan tanto en la cuestión de formar una opinión sobre Filosofía y Sociología.
Particularmente creo que los problemas como las drogas, el SIDA, la corrupción, la violencia, la homofobia, entre otros, de ahora en adelante se discutirá más en el aula y que significa una cosa, significa que nuestros jóvenes estén mejor preparados para hacer frente a estos problemas desde también se discute en la formación básica, los sujetos que forman parte de la vida cotidiana de cada ciudadano como un niño, las ideas están mejor entrenados, mejor dudas se aclaran a continuación, creo que en un futuro próximo vamos a tener los hombres más atentos y mujeres en la vida, en mejores condiciones de tomar decisiones que realmente hará que sus ciudadanos más felices y vamos a tener una más clara y más justo.
Para mejorar el mundo, Sociología Ahora!

Escrito por Oliver Maik
Sugerido por Gayo César, el segundo grupo de estudiantes de Ciencias Sociales UESC

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Drogas: por que (porque) não legalizar?!


Um debate muito polêmico voltou ao cenário midiático, recentemente, juntamente às eleições legislativas nos Estados Unidos. A questão da legalização das drogas. Muitos vêem na legalização uma maneira de controle dos usuários e até mesmo uma forma de coibir o tráfico de drogas. Não é a opinião deste blogueiro. Por mais incrível que pareça talvez a legalização das drogas (nas condições atuais) trouxesse mais dispêndio na relação custo/beneficio, do que o seu atual estágio: criminalizada. A discussão a respeito das drogas não é coisa recente: é possível localizá-lo pelos menos desde os anos 60 e 70, nos movimentos de contracultura. No entanto, a criminalização ainda é a medida mais eficaz. Obviamente que todo debate é sempre bastante enriquecedor, mas quando se trata de uma questão tão complicada onde é notória a falta de preparo estrutural para uma possível legalização, essa disputa se torna caduca.
Sem dúvidas que se houver uma legalização dos entorpecentes, haverá certos ganhos (principalmente financeiros), uma vez que a droga será estatal (ou privatizada, porém sob tutela estatal) e os lucros serão vindouros. Mas isso não acabará com o tráfico, talvez até o mantenha em uma zona de conforto relativamente estável. Explico: vejamos a indústria fonográfica: é uma indústria legal, formalizada, que paga tributos ao Estado. Mas o fato de existir essa indústria legalizada não impede em absolutamente nada que a pirataria cresça vertiginosamente. Dados apontam que em 2009 da quantidade total de cd’s e dvd’s vendidos no Brasil, 51% foi efetuado pela indústria pirata e 49% pelos grandes selos. A probabilidade de esse cenário se repetir é significativamente grande. Justifico: não restam dúvidas de que o que faz as pessoas migrarem para a pirataria é o preço mais atrativo. As gravadoras apontam os altos impostos como o fator preponderante para o elevado preço dos cd’s e dvd’s. Ora, quem se dispusesse a produzir uma droga legal, também enfrentaria essa mesma carga tributária, logo, é de se imaginar que a vendagem no morro ainda teria o seu lugar cativo, assim como nas praças (no caso da fonografia) também o tem.
Mas esqueçamos um pouco o paralelo com a indústria fonográfica e admitamos que por hora que as drogas foram legalizadas. Ainda assim, por mais contraditório que pareça, eu diria que a legalização ajudaria o tráfico de drogas a se manter/aumentar. Certamente com a legalização haveria uma cota máxima para cada usuário. Suponhamos que esta cota seja de 15g semanais. Isso faria com que os traficantes abandonassem o transporte maciço da droga, e passasse a investir no transporte de pequenas quantidades. Há quem diga que a quantidade é mínima, e que o transporte de uma quantidade significativa demoraria muito. É verdade, mas se considerarmos que o exército do crime é vasto, talvez essa demora fosse um pouco reduzida, afora o fato de que o papel dos chamados “mulas” ganharia uma importância um pouco maior. Mais: no momento de recrutá-las o discurso dos traficantes seria exatamente o de que não haveria problema algum, uma vez que a compra e a quantidade que estava sendo transportada era dentro da lei. Por mais irônico que pareça, seria o tráfico se utilizando da lei para se manter à margem da lei. Hão de argumentar que haveria um cadastro com os dados dos usuários. Sim, esse cadastro haveria pra a compra legal. E a compra ilegal? A polícia teria a informação de que até 15g (usando do exemplo anterior) seria passível de ser liberado: todas as “mulas” andariam com apenas 15g, logo não haveria como separar joio do trigo. Criaríamos, sim, mais um problema para a polícia. Em um suspiro de resistência, poderia haver quem sugerisse uma espécie de selo para distinguir a legal da ilegal. Ora, existe clone de cartão, de dinheiro, de documento, de carro..., clonar um selo, para o crime organizado, seria brincadeira de criança.
Das teorias defendendo a descriminalização das drogas, a que mais me chamou a atenção foi a da criação de uma droga mais “fraca”, uma “droga light”. Muita calma nessa hora. É de um pensamento muito raso e pueril. Ora, o cara que vai atrás de uma pedra de crack ele não está afim de um torpor “leve”, se o tivesse ele compraria um baseado e não uma pedra crack. Compraria até mesmo alguns gramas de cocaína, que nada mais é que o crack menos denso, para ficar mais claro. Então por favor, sejamos razoáveis. Uma fórmula mais leve, definitivamente não será a solução. Isso sem contar que é bastante comum vermos que o público de um determinado produto começa a rejeitá-lo quando ele muda a sua fórmula, sendo bastante comum a venda das fórmulas antiga e nova. Elas co-existem. Era o que veríamos no caso dos entorpecentes.
Não creio que no Brasil temos uma estrutura o suficiente para admitirmos a legalização de entorpecentes. Acho, sim, que a legalização teria um valor prático (para ser bem utilitarista) muito pequeno em relação aos infortúnios que traria tanto ao Estado, quanto à polícia. A legalização é uma questão que envolve não apenas segurança pública, mas também saúde pública, e até mesmo educação. Por que não legalizar as drogas? Porque não temos uma estrutura adequada; Porque sofremos de uma grave crise nas segurança e saúde públicas; Porque não temos uma educação adequada... Então, eu voto NÃO.

Escrito por Humberto Rodrigo
Graduando em Ciências Sociais - UESC

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Lagoa Encantada, o Poeta Desencantado e a Luta de Classes


A Lagoa Encantada é um desses lugares escondidos que guarda uma imensa beleza natural em seu interior. Beleza que vislumbra os olhos de quem atravessa (pela primeira vez) um ramal de barro batido ladeado por mata (atlântica) e faz pouco caso do que o espera. Um pedaço do paraíso esquecido, habitado por uma população carente que em sua maior parte depende da Lagoa, seja através da pesca ou do turismo, para sobreviver. Quem nos alerta sobre o pedido de socorro pelo qual a Lagoa clama é seu ilustre morador, o Poeta. Em seu barco, onde trabalha fazendo o translado de turistas para as ainda mais escondidas cachoeiras encantadoras, Poeta dá uma aula sobre o materialismo histórico na prática, talvez sem saber. A lagoa, encantadoramente o tomou como sua porta-voz.

Situada na cidade de Ilhéus (outro paraíso escondido) no sentido Norte, ao adentrar no ramal que indica o acesso à Lagoa Encantada, nos deparamos com um povoado e a Lagoa, duas personagens que chamam a atenção. O povoado nos passa uma imagem de carência, não tanto pela condição financeira dos moradores que se pode perceber ao visitar a Escola ali inserida, pelos estudantes que a compõem e as dificuldades econômicas que tornam difíceis a luta pela escolarização dos mesmos. A carência que pode ser melhor notável em um dia de visita à comunidade da Lagoa é a de Políticas Públicas. É evidente a situação de abandono e descaso que a Prefeitura de Ilhéus tem para com os Lagoenses. E não há prova maior do que a relatada pelo seu morador mais enlevado da comunidade, o Poeta. Segundo o mesmo, nesse ano ocorreu de eles ficarem confinados por um mês no povoado, sem condições de saída por conta das chuvas que tornam a estrada de barro intransponível. Nenhum ônibus entrava ou saia. Pescadores não puderam ir vender seus peixes nas feiras, estudantes ficaram sem poder ir a Escola, pois aqueles que já estão no ensino médio têm de ir para o meio urbano, fora o turismo que parou!

O Poeta reclama do esquecimento a qual foram entregues. No caso da estrada, o problema poderia ser amenizado espalhando cascalho pela pista, facilitando assim o acesso à Lagoa. Porém, Poeta já se desiludiu com tais iniciativas. Dono de um restaurante e dois barcos, orgulha-se de ter conseguido tudo isso com esforços de seu próprio trabalho, frutos do “suor sagrado do seu rosto”, como já disse outro poeta. Desiludido não porque fraquejou ou porque nunca lutou. Poeta relata que sempre esteve a frente de reivindicações que trouxessem melhorias para a sua comunidade e para a Lagoa. Lutou por programas que qualificassem os residentes para assistência aos turistas, incentivos para instrução dos pescadores, cuja falta de conhecimento (da probabilidade de extinção do pescado) os levam a praticar a pesca predatória, cujos peixes em fases de reprodução são capturados, impossibilitando o aumento dos cardumes, e a luta pela resolução do problema da estrada. E foi por exigir que sofreu perseguições, ameaça de morte, tendo sofrido o roubo do motor de um de seus barcos que foi encontrado enterrado próximo das redondezas. Foi ameaçado até por professores, segundo ele, universitários, quando denunciou o desmatamento ilegal da floresta que margeia a lagoa.

Ouviu da boca das próprias autoridades o desinteresse em investir na Lagoa Encantada. Diante disso, o Poeta perdeu as esperanças de ver alguma mobilização por parte do Poder Público para ajudar a comunidade lagoense. Faz agora dos versos, da arte de poetizar, uma forma de denunciar a calamitosa situação o qual se encontram. Nas estrofes de SOS Lagoa, aponta-se a imagem do homem que explora até as últimas conseqüências, a Lagoa que clama por socorro. A defesa do homem pela natureza é contrastada pelo repúdio do homem que se coloca contra a natureza. O Poeta sabe ouvir o langor da lagoa que descansa e chora a noite das crueldades sofridas ao dia. Só a alma compadecida de um poeta para entender a angústia da natureza. Poeta ainda teme as forças maiores que rondam a Lagoa cheia de interesses privacionistas. Ele teme chegar o dia em que o capital privado domine a localidade e expulse toda a comunidade lagoense de suas moradias e a Lagoa se transforme numa propriedade privada. Apesar de suas angústias, as deduções do Poeta são as mais prováveis de se acontecer, pois se explicitamente vemos o desinteresse do poder público em investir e cuidar do local, isso significa caminho livre para o capital privado se instalar e se apoderar desse patrimônio natural. Certa vez vi uma reportagem que falava de um projeto de infra-estrutura que havia sido apresentada à prefeitura de Ilhéus há dez anos por um engenheiro para a melhoria da Lagoa. A reportagem falava que depois de dez anos de insistência, o engenheiro resolveu apresentá-lo a certa empresa privada que não só aprovou a idéia como deu aval para o mesmo prosseguir no desenvolvimento do projeto. O desprezo do poder público oportuniza iniciativas privadas.

Mesmo sabendo dos problemas e das projeções nada agradáveis as quais a Lagoa Encantada pode estar destinada, Poeta desistiu de exigir, ao ver que sua vida estava sendo posta em perigo, pois tem duas filhas e uma esposa pra sustentar, e depois, percebeu que estava só nessa batalha pela melhoria da comunidade. Não é uma desilusão por covardia, é uma desilusão que prioriza a existência. Pergunto-me quantas pessoas que lutaram e morreram na revolução russa de 1917 não se desiludiram ou se revolveram debaixo da terra ao ver no que deram seus esforços: a ditadura de Stalin, suas atrocidades e perseguições. Em alguns minutos de travessia em seu barco, Poeta nos mostra como se dão os conflitos, os embates, as lutas da classe dos trabalhadora contra os interesses privados, (afinal, os desinteresses da instância pública deve ter seus motivos bem patrocinados) tudo isso na prática, e perto de nós. Poeta traduz as lamentações da Lagoa aos que a visitam, e pede socorro.

Escrito por André Andrade
Graduando em Ciências Sociais - UESC

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. parte 1


O sociólogo francês Émile Durkheim, que viveu no século XIX, nascido em 15 de abril de 1858 em Épinal- França, considerado o pai da sociologia moderna, em seus estudos, distingue duas fases da infância, a primeira que ocorre quase inteiramente no seio da família ou da escola maternal e a segunda que se passa na escola primária quando a criança começa a sair um pouco mais do seio da família e passa a se inserir no meio que a circunda, o que o filósofo chama de segunda infância. Esse, segundo Durkheim, é o momento crítico para formação do caráter moral.
Na fase da primeira infância lá no seio da família, a vida intelectual ainda é muito simples e rudimentar, e esse é um período em que a criança não tem matéria mental suficiente para constituir noções e sentimentos relativamente complexos que estão na base de nossa moralidade. O sociólogo chama a atenção, que diferente da primeira infância, depois da idade escolar se as bases da moral já não estiverem constituídas jamais o serão. A única coisa que se pode fazer depois desse momento é aperfeiçoar a obra começada, refinando os sentimentos, intelectualizando-os, fazendo com que a inteligência penetre neles com profundidade cada vez maior. Mas o essencial já deve estar feito, portanto é especialmente sobre essa idade, a segunda infância, que se deve fixar o olhar.
Em seu livro “A educação moral”, Émile Durkheim concentra seu olhar sobre a educação moral dessa segunda infância nas escolas públicas, que ele diz, devem ser a rodagem reguladora da educação nacional, contrariando a opinião muito difundida de que a educação moral deveria competir à família, ele acredita que o papel da escola nesse ramo da educação é e deve ser da mais alta importância, porque a família pode muito bem despertar e consolidar os sentimentos domésticos necessários à moral, mas não está constituída de modo a poder formar na criança toda moral necessária tendo em vista a vida em sociedade.
Por definição, a família é um órgão impróprio para tal função, dificilmente uma família tem a característica da laicidade, isto é, livre de interferências religiosas, conceituais e dogmáticas. A escola deve ser laica, levando em conta que ali é o lugar onde se forma cidadãos para a vida, para socializar-se com o mundo e, portanto livre de preconceitos e pré-noções. Ignorar isso é correr o sério risco de se ter uma sociedade preconceituosa, com sérios problemas de relacionamento.
Falando de religião, historicamente os laços são estreitos entre ela e a moral; existem elementos da moral que foram expressos apenas sob a forma religiosa, se cometer o erro de se limitar a tirar tudo que é religioso do sistema tradicional sem colocar nada em seu lugar, correremos o risco de eliminar também as ideias e sentimentos que são propriamente morais. Mas é bom considerar que uma moral racional não pode ser idêntica em seu conteúdo a uma moral que se apoia em uma autoridade diferente da razão, então o primeiro cuidado que se deve ter na tentativa de organizar uma educação racional é o de não empobrecer a moral, por isso, a moral religiosa deve ser levado em conta nesse processo, deve-se tentar descobrir sua expressão racional, buscando bem o âmago dessas forças, despojadas de todo ranço de religiosidade.
A formação moral de uma criança não está em despertar nela determinada virtude em particular e depois mais uma, e em seguida mais outra, está em desenvolver e mesmo constituir de forma integral e pelos meios apropriados, as disposições da moral que fará com que a criança esteja de forma natural com uma diversificação dos elementos da moral e isso com facilidade, de acordo com as particularidades das relações humanas.
Mas o que é moral? Segundo Durkheim é um sistema de regras que predeterminam a conduta. Elas dizem como devemos agir em cada situação; e agir bem é obedecer bem. E a moral se subdivide em duas: a moral teórica que tem por objetivo determinar as leis que identificam os princípios morais e a moral aplicada que busca definir como a lei teórica deve ser aplicada nas várias combinações que caracterizam as principais circunstâncias do cotidiano.
Não é necessário representar a moral como sendo uma coisa muito geral, que o que é moral aqui é moral em qualquer lugar, não é bem assim, países divergem em seus conceitos de moral. No entanto, é verdade que a moral é um conjunto de regras muito precisas; como moldes, com contornos bem definidos, onde temos que enquadrar nossa ação, essas regras não são elaboradas no momento que vamos agir, elas existem, já estão feitas, elas vivem e funcionam ao nosso redor, constituem a realidade moral em sua forma concreta. O papel da moral é realmente de determinar a conduta, ela dirá se a conduta é boa ou má, no fundo a moral é reguladora da conduta, essa é sua função primordial.

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte 2


Levando em conta que a moral é essencialmente, algo constante, sempre idêntica, amanhã um ato moral deve ser o mesmo de hoje, porque se um indivíduo tem a oportunidade de fazer a coisa certa hoje e assim o faz e amanhã ele erra nos mesmos moldes, ai existe uma inconstância e o sujeito é julgado por isso, assim a moral de fato pela sua necessidade de regularidade é um hábito, assim quando uma maneira de agir se torna habitual no âmbito de um grupo, tudo que contraria, desperta um movimento de reprovação muito parecido com aquele produzido quando ocorre uma falta moral propriamente dita.
Isto ocorre com frequência nas religiões, especialmente de seguimento protestante, quanto aos seus costumes, crenças e doutrinas, se um de seus seguidores faz algo diferente daquilo que lhe é esperado, ou seja, do que é costume da igreja fazer, ele imediatamente é censurado, e nem sempre a falta do indivíduo constitui um ato imoral ou criminoso segundo as leis da sociedade.
Essas maneiras de agir habituais gozam do mesmo respeito particular de que são objetos as práticas morais. Mas há algo também muito importante na essência da moral que é o fato de ela exercer autoridade sobre nós, essa autoridade se nos impõe e nos conformamos a ela, aceitamos porque ela é uma regra e toda regra ordena e isso faz com que não nos sintamos livres para fazer o que quisermos.
Mas por que nos submetemos? Porque nos conformamos às regras? Um primeiro pensamento é que não é somente porque respeitamos a autoridade que vem das regras morais, é também porque o fato de obedecermos trará consequências úteis a nós, enquanto que o ato contrário, o de desobedecer, poderá acarretar em nós prejuízos os quais normalmente não estamos dispostos a assumi-los, aqui está presente um sentimento diferente do respeito pela autoridade, entra em cena considerações puramente utilitárias, mas é fato consensual de que um ato não é moral, mesmo que esteja em conformidade com as regras morais se o que o motivou foi apenas o interesse em evitar as consequências desagradáveis de não tê-lo praticado.
Para ser considerado um ato moral ele deve ser executado, não para evitar determinado resultado desagradável, ou para obter determinada recompensa, é preciso que seja cumprido simplesmente porque deve ser cumprido, abstraindo de toda e qualquer consequência que poderia produzir nossa ação.
É preciso respeitar o preceito moral pelo respeito a ele, e apenas isso. Para tanto, ao participar da moralização de uma criança é preciso ter em mente que é preciso exercer autoridade sobre ela, em existindo a autoridade se instala a disciplina, porque não existe disciplina sem autoridade. Durkheim afirma que o primeiro elemento da moralidade é o espírito de disciplina.
Mas o que é afinal esse tal espírito de disciplina? Como já vimos anteriormente, a moral consiste em um conjunto de regras definidas e especiais que determinam imperativamente a conduta, posto então que a moral determina, fixa, regulariza as ações dos homens, ela então pressupõe que o indivíduo tenha disposição e também certo gosto pela regularidade, composta por uma série de regras que devem ao homem moral serem intrínsecas. A moral exige disciplina, especialmente na formação, lá na tenra idade, porque os verdadeiros deveres são cotidianos e regulares.
Vimos até aqui, que dois elementos compõem a formação da moral no indivíduo: o sentimento de regularidade e o sentimento da autoridade, na verdade esses dois elementos são um só, que Durkheim chama então de espírito de disciplina, que é a primeira disposição fundamental de todo temperamento moral. Entretanto há algo para desmistificar nessa aplicação da disciplina, em geral se pensa disciplina como sendo algo que precisa ser imposto, que é algo inevitável e assim sendo, se tem a errada noção de que disciplina é um incômodo necessário, mas sempre penoso, um mal necessário, mas que se tenta minimizar tanto quanto possível. Com efeito, não se pode ver a disciplina sob esse prisma, como sendo um freio, uma limitação imposta à atividade humana. Porque limitar, frear, é o mesmo que negar, é impedir de ser, é, portanto destruir parcialmente, e do ponto de vista sociológico, toda destruição é má.
Porque se consideramos que a vida é algo bom, como poderíamos achar que é bom contê-la, estorvá-la, impor limites os quais ela não pode ultrapassar? Precisamos ter em mente que o “bão da vida” como diz Augusto Oliveira, meu amigo e professor de Antropologia, é vivê-la com gosto, curtir todos os momentos com intensidade, afinal, ser é agir e toda diminuição da vida é uma diminuição do ser. Nesse sentido de saber ou não lidar com o ato de disciplinar, poderá se notar que a disciplina produzirá resultados muito variados, de acordo com a ideia que se fizer de sua natureza e de sua função na vida em geral, e em particular, na educação.
Assim, portanto não podemos de forma alguma ver a disciplina como sendo um instrumento de repressão ao qual precisamos recorrer apenas quando se mostra indispensável, para prevenir a repetição dos atos repreensíveis, de forma alguma! Bom salientar aqui que o exercício da autoridade na aplicação da disciplina, não significa força, tirania, porque como escreveu Hannah Arendt, a escritora judia/alemã, quando se refere a questão do anti-semitismo que o uso da força é um claro sinal de que não há autoridade. Há que se considerar então que a disciplina é em si um fator sui generis da educação e que existem elementos essenciais no caráter moral que só podem ser creditados a ela.

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte final


É mediante a disciplina, e somente a ela que podemos ensinar a criança a moderar seus desejos, a limitar seus apetites de todo o tipo, é o único instrumento do qual dispomos para fazer com que a criança tome caminhos certos na formação do seu caráter, portanto marginalizar tal ato é jogar fora uma ferramenta indispensável para condicionar a criança no caminho da felicidade e saúde moral.
A disciplina é o agente principal da formação do caráter, trabalha no sentido de dar ao indivíduo domínio sobre suas paixões. No que concerne às três divisões da natureza humana ela atua para que a alma irascível que é a parte de nosso ser que tende a ser dominado pelos sentimentos da ira, ódio, vingança, coragem, bem como a alma apetitiva que fomenta em nós o desejo pela gula, pelo sexo e que é também responsável pela nossa reprodução se submeta completamente a alma logística que é o nosso ser consciente, a alma racional, que segundo o filósofo grego Platão, é a parte de nós que mais se aproxima do divino, que promove em nós o equilíbrio necessário para que sejamos cidadãos úteis e cônscios dos nossos deveres. É a disciplina que nos ensina a agir sem nos curvar à dominação dos impulsos do nosso interior.
Finalmente Durkheim conclui o pensamento relativo à disciplina dizendo que “é comumente na escola do dever que se forma a vontade”. Então o dever deve ser bem trabalhado, nesse caso específico, toda a atenção deve ser dada para essa fase tenra da vida, da criança em formação, é nela que se dá o que há de mais valioso para o cidadão, e consequentemente para toda sociedade, a boa moral, e esse não é um dever apenas de pais e mães, também das escolas que devem cumprir bem seu papel de educar, do poder público que precisa ter políticas públicas mais efetivas voltadas para a segunda infância, da sociedade como um todo. Porque seu bem estar, a paz que tanto almejamos, a diminuição da corrupção, entre tantos outros valores que desejamos encontrar mais frequentemente entre nós, depende da maneira como formamos os indivíduos que a compõe, em destaque, nossas pequeninas crianças.

Marivaldo Oliveira Silva (Maik Oliveira)
É graduando em Ciências Sociais - UESC
Coordenador de Comunicação do CACIS
(Centro Acadêmico de Ciências Sociais)
Contato: maik.35@hotmail.com

Um seminário de Sucesso


Olá galera,
já faz um tempinho que nada de novo é postado aqui desde os dias que antecederam nosso seminário, como podem ver no post anterior a este. A verdade é que foram muitos acontecimentos importantes (alguns nada prazerosos) e agora estamos de volta para dar continuidade ao nosso trabalho.
Gostaria de informar que esse espaço foi criado para divulgar a produção acadêmica do Curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz, bem como também publicar textos relevantes de colegas e simpatizantes da Sociologia, Antropologia e Ciência Política, os três eixos das Ciências Sociais.
Faz-se necessário nesse post, escrever um pouco do que foi e o que representou para nós estudantes, o III Seminário Anual de Ciêncoas Sociais da UESC - Objeto e Método nas Ciências Sociais, que de fato foi marcante pelas questões abordadas, pelo nível dos palestrantes, pela participação em massa dos alunos do curso e de outras áreas do conhecimento.
O fazer Ciências Sociais foi ali muito bem explicitado, os métodos de pesquisa, de ensino, o que se produz hoje em todo Brasil e fora dele, o nosso objeto de estudo, seu comportamento, suas variâncias e alternâncias, realmente extremamente produtivo.
Foram três dias bastante proveitosos, onde os discentes também tiveram a oportunidade de apresentar nas sessões de comunicação seus textos, suas produções acadêmicas, suas inquietações.
Agradecemos a todos os envolvidos na realização desse seminário, a CAPIS e a UESC pelo apoio financeiro e logístico, ao departamendo de Filosofia e Ciências Humanas - DFCH, ao Colegiado de Ciências Sociais representado muito bem pelo Professor Doutor Elias Lins, a coordenação do evento, representada pelos Professores Wladimir Blos,Flávia Alessandra e demais colaboradores.
Perdoem-me se esqueci de mencionar alguém, mas todos foram fundamentais para o sucesso do evento.
Em breve estará disponível os anais do evento em cd para os participantes, bem como os certificados.

Aguardemos o próximo seminário, que com certeza poderá ser ainda melhor, este que já entrou para o calendário anual de eventos da Universidade Estadual de Santa Cruz.

Para visualizar algumas fotos segue o link: http://cienciassociaisuesc.blogspot.com/2010/10/iii-seminario-anual-de-ciencias-sociais.html

Escrito por: Maik Oliveira

domingo, 26 de setembro de 2010

Olá galera! Está chegando a hora do nosso III seminário


Sei que está sendo legal acessar o blog e sempre encontrar algo novo postado pelos nossos colegas. A nossa última postagem foi no dia 19/09, o brilhante texto, "Ensaio sobre a dádiva" um cometário sobre os escritos de Marcel Mauss, autoria de nossa queridíssima colega Nádia Aguiar que está lá em Santa Catarina fazendo seu mestrado. Esse mês tivemos um número considerável de postagens, e estamos agora engajados na realização do nosso III Seminário de Ciências Sociais,que acontecerá a partir da próxima quarta-feira dia 29 de setembro trazendo o tema: "Objeto e método nas Ciências Sociais" com absoluta certeza vai ser um sucesso. Segundo foi informado na sexta-feira passada pelo coordenador do colegiado, o professor Elias Lins, já tínhamos quase 200 inscritos, e o nosso alvo seria mínimo de 150, aliás toda a programação está sendo preparada para um público limitado de no máximo 200 pessoas, ou seja, cremos que já ultrapassamos o limite, e isso é muito bom, demonstra que nossos eventos são sucesso sempre, provavelmente teremos colegas de outras universidades do Estado. Então por conta de toda essa correria, só vamos postar novos textos, a partir do dia 5 de outubro, depois das eleições, por enquanto aproveitem para ler e COMENTAR, o que já foi postado, aliás tá faltando os comentários da galera. Você faz parte de tudo isso, participe ao menos deixando seu comentário.

Um abraço a todos e até o próximo post.

Maik Oliveira

domingo, 19 de setembro de 2010

Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) por Nádia Aguiar Parte I


Você sabe porque os homens dizem “obrigado” e as mulheres “obrigada”? Porque obrigado é parte da frase “eu estou obrigado em lhe retribuir esse favor.” Por isso, flexiona-se. E você já percebeu como uma recusa, após o oferecimento de algo, ofende àquele que ofereceu? Ou quando ainda em certas ocasiões, nos sentimos obrigados a aceitar algo? E para finalizar, já percebeu que após ser agraciado com algum “presente” nos vemos na situação de retribuir? Creio então, quase 100 anos depois, que ainda temos, por diversas razões, que discutir o Ensaio sobre a Dádiva, de forma “contemporânea”.

O Ensaio sobre a Dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas de Marcel Mauss, analisa as trocas e os contratos em algumas civilizações arcaicas, como ele mesmo denomina, onde são feitas sob a forma de presentes, teoricamente voluntários, mas que na realidade são obrigatoriamente dados e retribuídos.

Mas ao estudar essas relações de troca, Mauss observa que elas não estariam ligadas à apenas uma categoria institucional, senão concebidos como fenômenos sociais totais, pois exprimem ao mesmo tempo e de uma só vez toda espécie de instituições: religiosas, jurídicas e morais - estas políticas e familiares ao mesmo tempo; econômicas - supondo formas particulares de produção e de consumo, ou antes, de prestação e de distribuição, sem contar os fenômenos estéticos nos quais desembocam tais fatos e os fenômenos morfológicos que manisfestam essas instituições.(: 41).

Entretanto, embora em muitos aspectos os passos de Mauss possuam as mesmas sombram que do seu tio Durkheim, vale lembrar que a concepção de totalidade aqui se diferencia da totalidade durkheimiana, no sentido que Maus tem efetivamente o todo, enquanto ideia institucional e Durkheim, tem sua ideia de totalidade baseada numa lógica suprema, existente enquanto classe intelectual que explicaria tudo.

Seguindo sobre as ideias da voluntariedade nas trocas, Mauss afirma que esse caráter voluntário apenas se faz de forma aparente, mas que no entanto aí está imbuída a ideia de interesse.

Utilizando-se do método de comparação precisa, Mauss questiona sobre qual seria essa regra de direito e de interesse nessas sociedades arcaicas que faz com que o presente recebido seja obrigatoriamente retribuído? Que forças existem nessa coisa dada que faz com que o donatário a retribua?

Tentarei discorrer sobre.

Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) por Nádia Aguiar Parte II


O estudo de dados sobre essas formas arcaicas de contrato, vale lembrar que esse não se faz como um trabalho de campo do próprio Maus, mas como estudo de dados etnográficos de outros antropólogos, como por exemplo Malinowski, Mauss observa na costa noroeste da América do norte e no Pacífico, que essas trocam não são feitas entre os indivíduos, mas que se constituem em obrigações mutualmente coletivas em trocar e contratar.

E que essas trocas não são apenas bens materiais, riquezas e coisas economicamente úteis mas que tudo é trocado: gentilezas, banquetes, ritos, serviços militares, mulheres, crianças, danças, festas, feiras. A essas trocas, Mauss denomina como sistemas de prestações totais (:45)

Entre os tlinkit e os haida, tribos do noroeste americano, ocorre uma forma típica dessas prestações totais, chamada de potlach (que quer dizer alimentar, consumir), onde essas prestações totais são do tipo agonístico, já que “nesse” potlach ocorrem lutas, competições, que asseguram entre eles uma hierarquia que resultará em proveito para seus clãs.

Ao analisar as dádivas em tribos do Pacífico, inicialmente Mauss não os conferia a característica do potlach, já que nessas tribos a dádiva não era acompanhada pela competição e pela luta, entretanto o elemento da honra de dar e a obrigação absoluta, como condições sine qua non do potlach estavam presentes.

Porém, a questão da dádiva, não se fazia meramente nessa troca das prestações totais. Não é somente o algo que é trocado, mas como exemplificado nos Maori, a troca é veículo do mana, de sua força mágica, religiosa e espiritual. Ou, o hau, o espírito das coisas, explicado na fala de uma nativo :

“Vou falar-lhe do hau...O hau não é o vento que sopra, se você possui uma determinado artigo (taonga) e o dá sem um preço fixo, nós não fizemos negócio com isso. E se eu dou esse artigo a uma terceira pessoa que depois de um tempo, decide me dar alguma coisa em pagamento (utu), presenteando-me com alguma coisa (taonga), esse taonga que ele me dá, é o espírito( hau) da taonga que recebi de você e que dei a ele.”

Ou seja, as coisas dadas, possuem propriedades pessoais, que tem hau, um poder espiritual. E ao ser dado, não é somente a coisa que se faz dada, mais também esse espírito pessoal. Mas aquele que recebe não pode conservar consigo esse espirito, podendo até morrer caso permaneça com ele.

No direito Maori, o vínculo de direito, vínculo pelas coisas, é um vínculo de almas, pois a própria coisa tem uma alma, é alma. Disso segue que presentear alguma coisa a alguém é presentear alguma coisa de si.(...) aceitar alguma coisa de alguém é aceitar alguma coisa de sua essência espiritual, de sua alma. (:56)

A obrigação se faz em três pontos: dar, receber e retribuir. E um dos pontos que se está nessa estrutura dá-se pela implicação de evitar-se guerras, pois ao se recusar dar, deixar de convidar ou recusar-se a receber algo, equivale a declarar guerra, pois isso é concebido como recusa a uma aliança e a comunhão. E todas essas instituições, elabora Mauss, expressam-se em um único regime social em uma única mentalidade definida. Essa transmissão e retribuição, faz-se como uma troca constante da matéria espiritual que compreende coisas e homens, clãs e indivíduos, repartido entre categorias, sexos e gerações. (:59)

Seguindo o pensamento das prestações totais e dos fenômenos totais, essas trocas também são realizadas entre homens e deuses. O potlach produz um efeito não só sobre homens que rivalizam em generosidade, mas também sobre as coisas que neles se transmitem, e que um dos primeiros grupos de seres com os quais os homens tiveram que contratar foram os espíritos dos mortos e dos deuses, pois eram eles os verdadeiros proprietários das coisas e dos bens do mundo. Com eles era mais necessário trocar e mais perigoso não trocar.

Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) por Nádia Aguiar Parte III


Refletindo sobre algumas ideias na “contemporaneidade”, Mauss elucida a questão das esmolas, como fruto de uma noção moral da dádiva e fortuna e também como uma forma de sacrifício. E que essa moral é transferida em caráter de justiça, pois as divindades consentem que dádivas que seriam destruídas em sacrifícios inúteis sejam transferidas para os pobres e crianças. Fala-se em destruição de dádiva, pois esses sistemas não consentiam apenas as trocas, mas também em sentido extensor desse sistema, a destruição dos bens como forma de demonstração de status.
Dentro das exemplificações, segue-se o Kula dos trombiandeses estudado por Malinowski. “O kula em sua forma essencial, não passa ele próprio, de um momento, o mais solene, de um vasto sistema de prestações e de contraprestações que, na verdade, parece englobar a totalidade da vida econômica e civil dos trobiandeses.(...) O kula, é o ponto culminante dessa vida. (:83) Não se estendendo muito sobre o kula, até porque não daria conta em poucas palavras de falar sobre algo que ele dispensou um livro inteiro, comento em breves observações, sob a leitura de Mauss, que a concorrência, a rivalidade, a ostentação e a procura da grandeza e do lucro são os motivos diversos que estão por trás dessas dádivas de chegada e dessas dádivas de partida, observando que as de partida são sempre superiores a da chegada. É um constante dar e tomar.

Tudo está ligado e confundido, as coisas tem personalidade e essa personalidade é de uma certa maneira permanente no clã. Os títulos, talismãs, cobres e os espíritos dos chefes são homônimos e sinônimos, com uma mesma natureza e uma mesma função. A circulação dos bens segue homens, mulheres, crianças, banquetes, ritos, cerimônias e até mesmo as injúrias. No fundo, tudo isso é uma coisa só, afirma Mauss. Eles se dão e se retribuem as coisas, porque se dá e se retribui respeito, honra, dignidade, gentilezas. Mas também por que o doador se dá, e porque ao se dar também se deve aos demais. (:129)

Na segunda parte do ensaio Mauss faz uma análise de documentação história no chamado mundo antigo. Isso demostra a ideia de que, estudando as sociedade arcaicas poderia-se comparar e achar uma “explicação” das civilizações atuais. Embora não sendo explicitamente evolucionista, Mauss tem dissolvido no seu discurso tais ideia, até porque era senso comum não somente na sociologia francesa e nas ciências em geral, como em todo o meio circundante. Era uma época colonialista e todos nós sabemos das consequências disso.

Tais considerações ficam claras quando Mauss fala de uma transformação de novas formas sobre o direito real e o direito das coisas. Aqui faço uma pequena pausa, para questionar sobre essa região “delimitada”. Será que nossa sociedade separa as coisas das pessoas? Colocando uma reflexão bem corriqueira através de um sistema de “dádivas contemporâneas” coloco o amigo oculto. Valores são estabelecidos nessas trocas, mas a depender do seu nível de amizade ou de status que a outra pessoa confere você pode avaliar que tal pessoa possa merecer um presente com valor maior. Ou seja, você imprime na pessoa o valor dado a coisa e vice e versa.

Fechando o parênteses, Mauss discorre de como o roubo, o penhor e o comodato seriam transformações das dádivas primitivas, pois neles estariam desenvolvidas a ideia de crédito e de juros.

Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) por Nádia aguiar Parte IV


Finalizando, Mauss considera que uma parte da nossa moral continua estacionada numa atmosfera de obrigação, liberdade e dádiva misturada, pois nem tudo está classificado nos termos de compra e venda. As coisas possuem um valor sentimental além do seu valor em si mesmo. Poderíamos dizer que Mauss também confere as coisas um feitichismo, assim como Marx, pois o valor da mercadoria não está em si mesma. Mauss também faz crítica ao utilitarismo, ao dizer que o valor vai adiante da sua utilidade, ele tem caráter simbólico. Não tem apenas um caráter funcional, a mercadoria não se esgota em sua natureza.

Como Marx, Mauss apresenta uma caráter utópico ao dizer que os povos, as classes, as famílias, os indivíduos, poderão enriquecer-se, mas só serão felizes quando souberem sentar-se em torno de uma riqueza comum. (:184). Mas como pensar o sistema da dádiva nos dias de hoje, em que o capitalismo nos apresenta uma versão massificadora de exploração do homem pelo homem?

Como citado no início desse texto ainda podemos observar uma lógica da dádiva disfarçada em nossas relações de gentileza, nas nossas relações sociais, mas não podemos negar a ordem econômica que reduziu as coisas ao seu preço.

Além de tais reflexões podemos pensar sobre o fazer antropológico inicializado por Mauss. Nas palavras de Lévi-Strauss na introdução do livro Sociologia e Antropologia, Mauss se faz numa dimensão astronômica ao procurar entender essa vastidão geográfica, ao mesmo tempo que ele se faz microscópico ao tentar observar nessas trocas tão locais seu caráter total e inconsciente, procurando demonstrar as profundidades da sociedade humana, não só nesse artigo como em muitos outros.

Talvez antropologia seja essa ideia de pensar o processo humano dentro desses dragões que são as percepções astronômicas, espaciais e as microscópicas, in loco.

Nádia dos Santos Aguiar
é formada em História pela UESC
Aluna de Ciências Sociais - UESC
Aluna especial do mestrado em Antropologia na UFSC

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Parabólica Cultural - ERECS 2010: um relato etnográfico.


      O I Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Sociais foi realizado no Maranhão, na capital São Luís, dias 21/04/2010 a 25/04/2010.
      A Comissão Organizadora composta pelas Universidades federal e estadual daquele estado planejou e criou o evento, escolhendo como tema central  o “Bumba meu Nordeste”: desenvolvimento regional e processos democráticos. De fato, o primeiro encontro pós-separação das regiões norte e nordeste, antes eventos como este eram realizados em conjunto até 2009, depois disso, cada região passou a realizar o seu próprio encontro.
      Os alunos de Ciências Sociais da Bahia marcaram presença em um número considerável. As Universidades Federais de Salvador, do Recôncavo e a do Vale do São Francisco, cederam ônibus aos alunos, facilitando aos mesmos a chegada tranquila no evento. A UESC, única instituição estadual que oferece o curso, não procedeu da mesma forma com seus alunos. Antes, a instituição concedeu passagens de ida e volta para a capital baiana. A partir de Salvador, os alunos, que já haviam feito acertos prévios com os colegas da UFBA, seguiram juntos no mesmo ônibus até a capital do Maranhão, onde como já dissemos, aconteceria o encontro.
      Quais experiências tal viagem proporcionou? Contato direto com outra realidade cultural, crenças, costumes, estrutura social e simbólica? O que se pode constatar daquilo que Mauss, grande teórico da escola francesa de Ciências Sociais afirma em seu livro Sociologia e Antropologia? “Toda cultura pode ser considerada como um conjunto de sistemas simbólicos”.
     Pela oportunidade de observar esses sistemas, a viagem em si foi muito proveitosa, propiciando aquilo que Ruth Cardoso antropóloga e organizadora do livro “A aventura antropológica   chama de: observação participante, contato direto com a cultura, enriquecendo e dinamizando a formação do estudante de Ciências Sociais, contribuindo para uma formação ampla e também para o conhecimento empírico.
      Em nossa rápida estadia naquela região, fomos até a cidade de Raposa, 15 km da capital maranhense, São Luís, emancipada há aproximadamente 15 anos.   Ali o principal meio de subsistência é a pesca artesanal, isto remete à origem da cidade, que segundo informações do presidente da Associação de Turismo, foram colonizados por pescadores cearenses, os primeiros a chegarem ao local.
      Na estrutura da pequena cidade de Raposa pude perceber três elementos fundamentais para manutenção da coesão social: a fé, o esporte e o trabalho. Naquela cidade existe uma ilha, onde os cearenses realizavam a pesca e todas as vezes que eles se dirigiam a Ilha para realizar seu trabalho, construíam um rancho. Mas, ao deixarem o lugar que exercem sua atividade profissional, as dunas de areia o cobriam, quando retornavam interrompiam suas atividades para a construção de um novo rancho.
       Foi realizado aí o fato que culminaria na criação do mito. Segundo o grande historiador das religiões, Eliade em seu livro “Mito e Realidade”, “os mitos referem-se às origens”. Pouco tempo depois ao voltarem à Ilha, perguntaram-se: onde iremos levantar o rancho? Respondem: onde a raposa morreu. Assim, a Ilha foi denominada: Ilha da Raposa.
      Na última noite do evento houve uma apresentação cultural marcante, dotada de simbolismos e significados, o famoso “Bumba Meu Boi”. Esse acontecimento de aspecto cultural envolvente e encantador propiciou-nos aquilo que Geertz chama em seu livro “A Interpretação das Culturas” de descrição densa. Em sua estrutura, suas vestes e disposição, percebe-se a hierarquia, o respeito aos anciãos. Estes levam nas cabeças uma enorme “parabólica cultural”. Denomino dessa forma por me parecer, que os idosos simbolicamente, buscam captar energias, trazendo-as para dentro do círculo onde as atividades são realizadas.
      Participam também jovens e crianças com indumentárias cobertas de penas, em seguida surgem os mascarados com suas fantasias repletas de símbolos cosmológicos. No centro, o boi, símbolo maior dessa representação cultural, permeado de adoração pelos membros do grupo. Não faltam, é claro, os responsáveis por entoar os cânticos.
       Buscando compreender os símbolos, aproximei-me de uma anciã, que se destacava pela expressão e comportamento, sempre de olhos fechados e muito concentrada. Perguntei a ela o que representava o relógio em uma das fantasias alegóricas. Ela sorrindo disse: “é pra marcar o tempo que a gente vai brincar”, depois de falar isso sorriu novamente. Mas percebi que o relógio não marcava a hora em que estávamos vivendo, falei com ela: a senhora esta me escondendo o segredo do tempo? Sorrindo ela me respondeu que sim.
      Foi uma experiência rica e motivadora, quando pensamos em um dos papéis do cientista social, a observação e a leitura das evidências simbólicas presentes na sociedade.
      Outra experiência marcante foi uma visita que fizemos à Praia de Araçagi, aos arredores de São Luís, 10 km aproximadamente. Alguns podem pensar: o que uma visita à praia poderia trazer de riqueza científica, ou debate sobre a sociedade posta? Mas diferentemente das praias baianas, as pessoas ali no litoral maranhense tem uma prática no mínimo curiosa e dotada de valores subjetivos. Pelo menos naquela praia, observamos que todos os que possuem carros, os colocam estacionados ao lado da mesa onde estão sentados, prática não muito comum nessa parte de cá do Atlântico.
       Do ponto de vista sociológico são levantadas algumas questões. O que essas pessoas buscam com tal postura? Seria posicionamento social? Demonstração de poder aquisitivo? Ou quem sabe ressaltar sua posição dentro da pirâmide social? Assim posto, é válida a investigação para as motivações que os levam a agir assim. Alguns poderiam opinar que: assim o fazem para ouvir som, ou por segurança, talvez para que não houvesse furto de seu bem. No entanto, depois de uma breve análise, parecia realmente uma questão de auto-afirmação, a busca de demonstração do seu poder aquisitivo.
      Na avaliação final do evento na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), foram deliberadas e votadas algumas ações, entre elas a formação das comissões que iriam compor o CRECS (Coordenação dos Estudantes de Ciências Sociais), composta por cinco comissões: política, comunicação, finanças, cultura e secretaria. Ali, foram decididas quais as funções a serem desempenhadas por cada uma dessas comissões.
      Através da presença dos nossos representantes ali, nossa universidade está fazendo parte dessa coordenação, na comissão de cultura, que tem o objetivo de criar um tema em conjunto com as universidades federais de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, que será indicativo para a calourada de todos os cursos de Ciências Sociais do Nordeste. Ainda nessa reunião foi estabelecido que o próximo ERECS, será em Pernambuco. E que ainda este ano haverá o CORECS (Conselho Regional dos Estudantes de Ciências Sociais), evento este que acontecerá em Sergipe, com data ainda a ser definida.
      Numa síntese da pluralidade de experiências vividas e sentidas proporcionadas pelo ERECS, de forma sintética e resumida: o evento permitiu contato direto com a cultura maranhense, é verdade que essa é uma leitura ainda que aprendiz da realidade social e simbólica. Proporcionou-nos o diálogo com discentes nordestinos, nos mostrou outras idéias, culturas e visão de mundo. O evento foi rico em significado simbólico e expansão de horizontes, onde o exótico tornou-se aos poucos familiar.

Escrito por Emanuel Luz
Aluno da 1ª turma de Ciências Sociais da UESC
                       
             


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O polêmico desabafo

É do conhecimento de todos nós, ou pelo menos dos “antenados” nos assuntos relacionados à política, que em ano de eleição, nós cidadãos brasileiros temos a oportunidade de concretizar, através do nosso voto, a tão esperada mudança social. Essa deveria ser a consciência real do nosso povo, mas não é o que acontece. Os programas sociais como o bolsa família, o vale gás dentre outros, são verdadeiros formadores de opiniões, são os grandes cabos eleitorais. Baseado nesta reflexão e, tendo como suporte os programas eleitorais gratuitos, resolvi levantar uma questão, onde a pergunta chave é a seguinte: devemos acreditar no que os políticos falam em especial nosso presidente, ou na realidade que nos cerca?


Por conta disso resolvi escrever em forma de desabafo um pequeno comentário, muito pessoal, pois fiquei muito chateado com tantas mentiras e promessas que são feitas apenas com a intenção de persuadir o eleitor, mas que no seu íntimo não passam de falácias. Outro motivo pelo qual resolvi relatar minha indignação, é o fato de ter percebido como nosso atual presidente, está engajado de forma empolgante na campanha de sua possível sucessora, uma “energia” que tem gerado uma receita muito grande, o que no meu ver é um tremendo desperdício, pois este dinheiro que é de todos nós, e não tenham dúvida disso, está sendo usado de uma forma intransigente, quando, poderia está aplicado em pontos mais carentes, como a saúde, a segurança e a educação. Tendo isso em vista, me veio alguns questionamentos dos quais senti a necessidade de perguntar. O que Lula ganha com isso? O que ele vai fazer se Dilma for eleita? Será que ele terá cadeira cativa em algum ministério? E a Dilma, está preparada para assumir um país com tantas carências? Ao levantar essas questões, percebi o quanto era importante compartilhar com meus colegas, dos quais tenho maior respeito e admiração, pois são verdadeiros formadores de opiniões, mas, de maneira alguma, imaginaria que haveria tantas manifestações, o que achei fantástico, pois a intenção maior era essa, leva à discussão, a troca de informações, onde cada um pudesse expressar suas opiniões.

No texto, bem casual e simplório, deixo bem claro que não sou filiado a nenhum partido político, e não tenho vínculo com nenhum candidato; de certa forma me considero uma pessoa apolítica. Encaro o contexto político atual como muitos por ai, defendendo apenas os interesses do povo e, me indignando com candidatos que tentam aparentar ser a única solução para os nossos problemas.

Admito, com certa cautela, que durante esses quase oito anos, de governo petista, Lula e seu time, como gostam de ser intitulados, fizeram muitas transformações no Brasil, principalmente na recuperação da economia, onde depois de muitos anos de crise, o país passou a figurar no cenário mundial como um dos melhores lugares para investimento de capital. Pessoas passaram a ter mais acesso aos bens de consumo, famílias aumentaram seu poder de compra, aquecendo de forma contínua o comércio e, que por sua vez passou a gerar mais emprego. Tudo isso é a parte “bonita” (nada mais que a obrigação), do governo petista, mas nada me faz esquecer, do escândalo do mensalão, das malas cheias de dinheiro, dos dólares nas muitas cuecas, da corrupção como “nunca foi vista na história desse país”, ou melhor, nunca foi tão escancarada, pois, acredito que a corrupção sempre existiu em todos os outros governos; e o Lula sempre afirmando que não sabia de nada, será que não sabia mesmo? Por conta disto, quando chamei o atual presidente de “Pop star”, por tentar usar sua imagem de “bom moço” para amenizar estes delitos, teve muitos colegas, que defenderam a postura do “ilustre”, acreditando ser este um direito de um “homem que fez por merecer estar na posição de um líder nacional”, méritos estes que não estão sendo questionados. Teve colegas que chegaram a apelar, chamando-o de pessoa humilde, apenas pelo simples fato de ser nordestino. Acho que isso não é garantia de humildade. Conheço pessoas nascidas em “berço de ouro”, que vive e viveu para o povo e tem na sua essência a verdadeira humildade. Se olharmos por este viés, a candidata Marina Silva, do PV, se enquadra perfeitamente dentro das características ideais de uma pessoa humilde, ela mais do que qualquer outro candidato, sabe bem o que isso significa.

Muitos devem está imaginando o porquê estou tomando partido contra o governo petista, quando antes havia dito ser uma pessoa apolítica. Pois, quero que saibam que não aceito ter como exemplo para as futuras gerações, crimes sem punições, a moral “sem moral”, a ética sem valor; bens de fundamental importância para a construção de uma sociedade justa, e de valores igualitários. O que os pais vão dizer para seus filhos, quando os mesmo lhes perguntarem o porquê os ladrões de Brasília estão à solta, quando deveriam está sendo punidos por seus atos ilícitos? É complicado. Pois, já está sendo difícil criar nossas crianças dentro dos valores morais mínimos, por conta das transformações feitas na instituição familiar, e se agrava ainda mais com os maus exemplos vistos em nossa sociedade.

Se pararmos para observar, estamos sendo reféns, já faz algumas décadas, de dois grandes partidos políticos, Tucanos e Petistas; estes monopolizaram o cenário político nacional e, tem feito o que bem entende com o povo brasileiro. Acho que já é hora de dar uma basta nisso. Deixando de ser apolítico neste momento, apoio as idéias da chamada terceira opção, ou seja, da candidata Marina silva, onde vejo sim, a imagem de uma pessoa humilde, não por ter nascido num estado no Norte do país, e sim pela sua história de vida, onde através da educação, que acredito ser o caminho para a verdadeira transformação social, vencera as dificuldades impostas por uma vida miserável. Como não há outro jeito para construir a sociedade ideal, que não seja elegendo um indivíduo que nos governe, e que faça a máquina pública funcionar, vejo em Marina a realização dos projetos necessários para melhorar nossa situação.

Observemos que em nenhum momento, a candidata do PV, parte para o desespero atacando seus adversários de forma hostil, assim como faz o candidato tucano e, também não se reporta a nós eleitores, como se já estivesse eleita presidente, tomando atitude contrária a da candidata petista. Se muitos deram oportunidade a Lula, por ter sido um legítimo representante da classe operária, porque não conceder a Marina a mesma oportunidade? Ela é capaz e tem experiência, ao contrário de Dilma. Caso eleita, Marina será a primeira mulher presidente do Brasil, e um detalhe muito especial, o fato de ser uma mulher negra, isso faria uma diferença enorme num país preconceituoso e sistemático como o nosso. Como já tivemos um representante da classe operária por oito anos na presidência, seria interessante mudar por uma legítima representante da classe menos favorecida, pois conhecendo as reais necessidades, ficaria mais fácil acabar de vez com a miséria que assola nosso povo.

Tenho plena convicção, que de maneira alguma, a escolha de uma candidata como Marina, por não ser petista, irá frear o crescimento do país. Acredito que a escolha do “diferente” para o futuro, não nos levará ao retrocesso, pelo contrário, precisamos de novas idéias, temos que nos livrar do continuísmo, o objetivo é melhorar e, não achar que o que está posto é o suficiente. Se o Brasil já melhorou com a escolha de um candidato de esquerda, porque não acreditar numa constante melhora, elegendo uma candidata de um partido que não seja o mesmo do atual presidente? É dessa forma simples que vejo o cenário político atual em nosso país, e é por isso que confio em Marina para assumir o posto de líder do povo brasileiro. Essa é a minha opinião.

Escrito por Wesley Robson Tavares
Graduando em Ciências Sociais - UESC

Opinião do Blog Sociologia Hoje.
Esse espaço é destinado aos alunos de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz, bem como alunos do Colégio Modelo de Itabuna e Militar de Ilhéus que estão no Ensino Médio, também são convidados a postar no blog os nossos professores e líderes no PIBID/Sociologia.
Por conta disso, esse é um espaço livre, que confere o direito de expressar o pensamento, as ideias e opiniões. Aqui nesse caso específico o blog em si não toma partido político mais dá o direito de seu associado se expressar, nesse contexto, somos adeptos do pensamento voltairiano que diz: "Posso não concordar com uma palavra do que dizes , mas lutarei até a morte pelo seu direito de se expressar."

domingo, 12 de setembro de 2010

Um rito passageiro

Em muitos povos, para não dizer em todos, sempre ocorrem rituais de passagem: nascimento, morte, casamento, despedidas. Os rituais geralmente são precedidos de um tempo de preparação, de afastamento, clausura. É certo que não é de um momento para outro que você virou adulto, homem, mulher, universitário ou participante de alguma religião, mas algo marca ou celebra que você não é mais o que era e é o que é agora. Como disse é um processo: nove meses para nascer, alguns anos para sair do ensino médio e entrar na faculdade, algumas experiência para a consolidação do casório.

Algumas passagens são individuais, como quando você faz uma tatuagem e então já considera uma fase da sua vida como passada ou passagens coletivas, tipo uma festa de formatura.

Talvez, por nossa sociedade não ter bem marcado esses rituais, nos deparamos com a famosa expressão: “Parece que foi ontem que entrei na escola e hoje já estou me formando.” Existe uma frase de Ricardo Gondim, que fala: “Não é que a vida é muito curta, é que demoramos demais para começar a vivê-la.” Vejo os rituais, não como uma oportunidade de se chorar pelo o quê foi embora, mais de receber a dádiva vindoura. Fecham-se ciclos e iniciam-se outros.

Engraçado, como na maioria das vezes você se prepara para algo que não sabe bem ao certo o quê é e como será. Por mais que você lesse ou conhecesse sobre ciência sociais, sabia que o curso iria ser desse jeito? Provavelmente não. Frustrações, acertos, mas tudo improviso. Por mais que outros já tenham passado por tal experiência e te deem conselhos e relatem suas aprendizagens, seu ritual será único e pessoal. E isso não é conversa de autoajuda, é uma tentativa de leitura antropológica sobre os nossos rituais que parecem estar cada vez mais passageiros. Não, não foi um trocadilho barato, mais um esforço de reflexão sobre onde queremos chegar e como temos feito isso. Mal entramos na faculdade e já estamos querendo sair, mal chegamos na casa de alguém e o anfitrião já pergunta quando vamos embora. É a antecipação do final que não foi celebrado.

Não me recordo agora, e me perdoem por isso, do nome de tribos em que na passagem da adolescência para o estado adulto, os iniciantes ficam fechados em cômodos por certo período. Certamente uma preparação, como dito acima. Talvez, eles pensem no que já foi vivido e projetam o que virá, de forma consistente e concisa. É um caminho sem volta, que na maioria das vezes carimba uma série de responsabilidades e deveres que outrora eles não tinham. E mais, é a demostração aos demais de que você agora é capaz de assumir tal posto, pois agora você tem nova postura sob um apanhado de coisas e experiências. Observem que não estou aqui delineando o que virão a ser tais responsabilidades ou quando se é ou não maduro para tal, pois em cada contexto e sociedade isso já está “moldado”. Estou apenas elucidando a passagem em seus vários rituais. Creio importante também, lembrar daqueles que nos ajudaram nessa passagem. De forma positiva ou não. Para que a passagem ocorra, é preciso que coisas boas e não tão boas ocorram, afinal para que se nasça, alguém teve que sofrer as dores do parto.

E se notarmos bem, temos infinitos rituais, em vários momentos. Todo dia, no ciclo do sol, nas idas e vindas aos lugares, nos encontros, despedidas e reencontros, nas provas que vão fechando as notas, nos semestres que vão encerrando a graduação. Mal começamos e já terminamos um semestre. E como terminamos? Se sente preparado e com a certeza de que um ciclo foi fechado, um ritual findado? Se sente um ser humano melhor, que completou uma fase aproveitando todas as oportunidades que teve? Oportunidade de questionar, argumentar, lutar e tentar? Rituais de passagens nos preparam para algo melhor. Sente-se assim? O tempo para a preparação nos é dado e com ele algumas ferramentas. O que nos resta é saber usá-las e usá-las de forma intensa.

A omissão e a passividade com certeza não são boas ferramentas, até porque com elas não saímos de onde estamos e por conseguinte não passamos a lugar algum. Não são elas que mostram aos demais que somos capazes de algo mais. Todo rito requer coragem, aliás na maioria dos ritos de passagem é exatamente isso que se quer passar, a segurança de que você tem coragem para essa nova vida, nova etapa. É coragem para sustentar as consequências que virão na próxima esquina. Consequências das suas escolhas e do novo ciclo. Vale ressaltar que essa demostração é algo individual. Você que mostra sua coragem, seu caráter, seu valor.

E lembre-se não há como fugir dos rituais. Eles podem ocorrer cedo, tarde, com muita, pouca ou nenhuma qualidade. Isso depende de como você encara a situação ou melhor, de como você atravessa tudo isso. Eu espero que com qualidade. E como a vida sempre nos é generosa, ela vai sempre nos dando nova chance. Se sua passagem de ontem para hoje não foi tão boa, amanhã provavelmente terá uma nova chance. Semestre termina e um novo outro se inicia.

Que se possam respeitar os símbolos, a liturgia, os inciados, a passagem em si, as experiências de quem ainda vai e de quem já passou, sabendo o que se está fazendo e fazendo com qualidade, senão ao invés de sujeitos da própria historia, curso e aprendizagens, seremos meramente passados.

Escrito por Nádia dos Santos Aguiar
Formada em História pela UESC
Adotada pela turma de Ciências Sociais da UESC
Aluna especial do Mestrado em Antropologia da UFSC.


sábado, 11 de setembro de 2010

O lampejadouro

Recordei-me de uma coisa que a Profª Ileizi falou na roda de conversa muito interessante: o estudante tem que se descobrir enquanto ser pensante. Faz muito bem não só pra sua auto-estima quanto para o seu ativismo intelectual. Ela se referia àquela sensação boa que sentimos quando conseguimos entender e interpretar certos assuntos que antes não faziam nenhum sentido. A professora falava uma coisa óbvia, pois, embora não expressemos isso, todos nós já o sentimos. Quando muito, dizemos, em êxtase, depois de uma leitura de As regras do método, - Eh massa. Mérito pra ela então que conseguiu expressar essa condição mental emocional numa linguagem, digamos, melhor cognoscível, mas não é bem isso que quero dizer ao lembrar este fato.

Recordando disto, lembrei também de uma coisa interessante que nosso professor Beto de Filosofia (Grande Professor, indiscutivelmente) dizia, uma palavra engraçada, os lampejos. Ele falava (não com essas palavras) que a filosofia era composta por lampejos, clarões que iluminavam a mente do indivíduo depois de esforços reflexivos, modificando assim a forma dos mesmos verem e entenderem o seu meio. O professor salientava até que eram reflexões tão impactantes que a escrita meio que ofuscava toda essa incandescência, ou seja, o momento em que aconteciam essas meta-reflexões se tornavam redutíveis quando transcritas ao papel devido à profundidade do pensamento.

Não só a Filosofia como todas as áreas do saber tem seus lampejos. Nós temos as nossas, e porque não levarmos esses inquietantes clarões para a sala de aula? Sou a favor da Cultura do Lampejo! Nada de ir pra sala de aula falar um monte de teorias massificantes, mostrar que a gente entende do assunto, mas não consegue fazer os estudantes entenderem. Dessa forma, estaremos reforçando o estereótipo de todas as disciplinas das ciências humanas: monótonas!!!!

Não estou dizendo que os estudantes do ensino médio são incapazes de compreenderem as teorias sociológicas, mas afirmo que eles não têm interesse, e não terão enquanto despertarmos neles essa consciência de que são seres pensantes, que eles têm autonomia para raciocinar, e que o pensamento sociológico é de fundamental importância para os mesmos enquanto seres viventes em uma sociedade.

O psicólogo bielo-russo Vygotsky atribuía ao professor o papel de apresentar ao estudante não um saber enciclopédico (ou somente a história das disciplinas), mas formas de pensamento (vulgo lampejo!) que levasse o estudante a pensar, raciocinar. Cito o psicólogo propositalmente, pois o mesmo defendia a idéia de uma formação social da mente (nome de seu principal livro), no qual o professor seria o mediador entre o conhecimento e o aluno, e o seu ambiente influenciador incisivo de sua aprendizagem.

Não transformemos nossa disciplina, tão dinâmica, tão inquietante, tão questionante, em aulas no qual os ânimos se esvaem, bocas bocejam e todos apertam o botão standy by. Nas ciências sociais há um “lampejadouro” esperando para ser explorado por nossas aptidões e competências. Vamos botar essa juventude pra queimar a muringa. Ganham todos nós em voracidade pelo irresistível conhecimento.

Texto de André Andrade
Aluno da 1ª turma de Ciências Sociais - UESC

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Só de sacanagem!

Elisa Lucinda
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", " Esse apontador não é seu, minha filhinha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dá para mudar o final!

Texto de Elisa Lucinda

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Sociedade e a Sociologia

O que a Sociologia tem a dar para a sociedade moderna? Desde quando Comte iniciou seus estudos, suas teorias sobre a sociedade, muito tem se perguntado sobre a importância dessa disciplina, poderia ela ter status de ciência? O francês Emile Durkheim se preocupou com isso, e buscou dar um método para esse campo de estudo, estudar os fatos sociais como coisas foi sua primeira grande contribuição para que a Sociologia pudesse ganhar a forma de ciência, daí para frente surgiram outros téoricos, que foram moldando a cara, o jeito, respondendo os porquês e principalmente apresentando para a sociedade métodos de estudos que podiam de forma ciêntífica explicar os fatos, os acontecimentos sociais, suas transformações e seus paradigmas.
A característica principal de nossa ciência, como disse a professora Anatércia Lopes ainda na calourada 2010, é questionar, questionar o que é posto, na política, na mídia jornalística, na religião e isso de fato incomoda. Não à toa tem sido constante os ataques à Sociologia, não à toa foi e está sendo tão difícil trazer a disciplina para o ensino médio no Brasil, não à toa ainda encontramos veículos de comunicação em massa como a revista Veja por exemplo que concentra sua opinião apenas pensando que a Sociologia estuda meramente o pensamento marxista, ela inicia sua reportagem dizendo que "agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de Sociologia e Filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom...".
Aparentemente a citada revista desconhece a importância de promover o senso crítico especialmente entre os jovens, e a Sociologia possui essa prerrogativa.
Que é importante Matemática, Língua Portuguesa, Biologia entre outras, não há dúvida, mas poucas disciplinas trabalham tanto a questão da formação de opinião como Filosofia e Sociologia.
Particularmente acredito que problemas como drogas, aids, corrupção, violência, homofobia, entre outros, a partir de agora serão mais discutidos em sala de aula e isso significa uma coisa, significa que nossa juventude estará mais preparada para lidar com esses problemas, uma vez que se discute ainda na formação básica, assuntos que fazem parte do cotidiano de todo cidadão desde criança, as ideias são mais bem formadas, as dúvidas são melhor esclarecidas então acredito que no futuro próximo teremos homens e mulheres mais atentos na vida, melhor capacitados para fazerem escolhas que realmente farão deles cidadãos mais felizes e consequentemente teremos uma sociedade mais limpa e mais justa.
Para o Brasil melhorar, Sociologia já!

Escrito por Maik Oliveira
Sugerido por Caio César, aluno da segunda turma de Ciências Sociais da UESC


domingo, 5 de setembro de 2010

Plebiscito popular recolhe assinaturas pelo limite da propriedade de terra


      O Fórum Nacional Pela Reforma Agrária está realizando, nesta Semana da Pátria, o Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra. A votação e assinaturas em abaixo-assinado começaram no dia 1º e vão até 7 de setembro em todo o país. Trata-se de uma consulta feita ao povo para saber se este concorda ou não com a limitação da propriedade da terra no Brasil.
      A campanha do Limite da Propriedade da Terra visa incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite as propriedades rurais em 35 módulos fiscais. Áreas acima dos 35 módulos seriam incorporadas ao patrimônio público. Isso resultaria na desapropriação de mais de 200 milhões de hectares de terra.

      O módulo fiscal é uma unidade de referência estabelecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e varia de região para região, levando em conta fatores como a situação geográfica, qualidade do solo e condições de acesso.
      No debate realizado na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na última quarta-feira, dia 1º, o coordenador do pré-assentamento Emiliano Zapata, Célio Rodrigues, afirmou que somente através da reforma agrária a democracia pode se tornar efetiva no país.
      “Entre as pessoas que passam fome, a maioria está no campo. Aqui mesmo no Paraná, o mapa da fome coincide com os locais onde estão presentes os latifúndios”, disse Célio.
      No mesmo debate, o técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Curitiba, Luis Almeida Tavares, defendeu que o latifúndio não contribui com a questão da força de trabalho no campo.   Segundo Luis Almeida, o latifúndio emprega duas pessoas a cada 100 hectares enquanto a propriedade camponesa emprega 15 pessoas nesse mesmo espaço.

      Segundo dados do IBGE, cerca de 1% da população detêm 50% das terras brasileiras.
 
Texto extraído do site: http://www.portalcomunitario.com.br/ de Ponta Grossa - PR, em 05 de setembro de 2010
 
É isso ai galera, grandes mudanças exigem grande participação popular e essa mudança é fundamental para darmos mais um passo na luta contra a injustiça social, a má distribuição da renda e consequentemente buscarmos a erradicação da fome, ao menos e por enquanto em nosso território.
 
Postado por Maik Oliveira

sábado, 4 de setembro de 2010

E o blog já é internacional

Galera,
Hoje fui dar uma olhadinha nas estatísticas do Blog, e com pouco mais de uma semana no ar nosso "Sociologia Hoje" já recebeu 165 visitas e mais interessante ainda, foram 5 visitas dos Estados Unidos e 3 do Canadá, agradecemos a todos que estão nos visitando, lendo-nos e comentando-nos, temos o compromisso de divulgar o trabalho que está sendo feito por aqui através do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz no Sul da Bahia, estamos comprometidos com objetivos ímpares, que seja contribuir para que nosso curso alçe vôos altaneiros, que nossas participações na sociedade da qual fazemos parte possa ser de qualidade e principalmente que faça a diferença. Conclamamos a todos os colegas a se juntarem a nós nessa boa batalha. Num conceito bem weberiano, vamos a ação, fazer acontecer. Pois valerá a pena com certeza!

Extraído das estatístiacs do blogspot em 04/09/2010 às 22:40
O mapa ao lado mostra de onde recebemos visitas, percebam que  Canadá e Estados Unidos estão num verde claro, indicando que também de lá recebemos visitantes.

Escrito por Maik Oliveira

Nosso seminário vai ser marcante

Futuros Cientistas Sociais,
não perdemos por esperar, o nosso seminário vai sem dúvida alguma entrar para a história da UESC, tudo está sendo preparado para termos entre nós a nata dos sociólogos, antropólogos, cientistas politicos, da Bahia, do Brasil e alguns com notoriedade internacional, será uma data marcante para todos nós, diferente do II seminário, dessa vez temos o apoio da CAPES, que está investindo no evento, a logística e material de apoio estão sendo preparados: camisetas, anais, os cartazes estão sendo confeccionados, faixas, banner's, para uma completa e ampla divulgação...Está chegando a hora de o "Objeto e método nas Ciências Sociais".
Olha quem estará presente:
Profº DrºAmaury Moraes (USP)
Profº Drª Anita Handfas (UFRJ / SBS )
Profº Karl Martin Monsma ( UFSCAR / UNISINOS / UFRGS )
Profº Luís CLaudio Lourenço (UFBA)
Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira (CNPq)
Profº Nelson Dacio Tomazi (UEL - PR ) entre outros, inclusive nossos mestres e doutores aqui da nossa querida UESC.
Ninguém vai querer ficar fora dessa história, ninguém vai abrir mão de fazer história, preparem-se para 3 dias de conhecimento em alto nível. É o curso de Ciências Sociais mais uma vez mostrando sua cara!!

Vamos que Vamos vestir a camisa galeraaaaa!!!